Série de atentados no Sri Lanka deixa 290 mortos e 500 feridos
Autoridades de diversos países condenaram a série de explosões. Alvos foram igrejas, hotéis e locais de grande movimentação
atualizado
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O número de mortes em uma série de explosões que atingiram o Sri Lanka no domingo de Páscoa (21/04/19) subiu para 290, segundo porta-voz da polícia do país. Outras 500 pessoas ficaram feridas. Nenhum grupo reivindicou autoria das ações até o momento, mas pelo menos 24 pessoas já foram detidas.
O governo bloqueou redes sociais para evitar circulação de notícias falsas e mais violência. Autoridades dizem que maioria das explosões foram ataques suicidas. As autoridades do Sri Lanka temem por trás dos ataques estejam militantes do Estado Islâmico que retornaram do Oriente Médio.
Seis explosões quase simultâneas ocorreram na manhã de domingo em três igrejas onde fiéis celebravam a Páscoa e em três hotéis frequentados por turistas estrangeiros. Horas depois, uma explosão em uma pousada matou pelo menos duas pessoas.
Depois de uma oitava explosão perto de um viaduto na área de Dematagoda nos arredores de Colombo, a capital, o porta-voz da polícia Ruwan Gunasekara disse que três policiais morreram quando foram interrogar suspeitos depois de receberem uma pista. Duas explosões ocorreram pouco depois que os policiais entraram em uma casa em Dematagoda.
O Ministério das Relações Exteriores havia dito mais cedo que pelo menos 27 estrangeiros estavam entre os mortos. A imprensa estatal chinesa relatou que um cidadão chinês morreu nos ataques Mais cedo, a embaixada da China disse que quatro chineses haviam sido hospitalizados e estavam em condições estáveis. O Ministério das Relações Exteriores de Portugal confirmou que uma vítima era cidadã portuguesa.
O governo do Sri Lanka impôs um toque de recolher em todo o país a partir das 18h às 6h (horário local). Lojas estavam fechadas e as ruas estavam desertas na capital. A SriLankan Airlines disse aos passageiros que viajam para fora do país que eles poderão voar apesar do toque de recolher imposto após os ataques.
A companhia disse em comunicado que os passageiros de todas as companhias aéreas que operam no Aeroporto Internacional de Bandaranaike podem acessar o aeroporto mostrando seus bilhetes e passaportes nos postos de controle.
Autoridades lamentam atentados
Autoridades ao redor do mundo condenaram os ataques no Sri Lanka. Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticou o extremismo religioso. “Mesmo neste dia sagrado, o extremismo deixa rastros de morte e dor. Em nome dos brasileiros, condeno os ataques que deixaram centenas de vítimas no Sri Lanka, inclusive em igrejas, onde se celebrava a Ressurreição de Cristo. Que Deus possa confortar os que agora sofrem’, escreveu.
O presidente norte-americano Donald Trump disse no Twitter que os “Estados Unidos oferecem sinceras condolências ao grande povo do Sri Lanka. Estamos prontos para ajudar!”
A primeira-ministra do Reino Unido, Teresa May, disse no Twitter que “os atos de violência contra igrejas e hotéis no Sri Lanka são realmente assustadores, e minhas mais profundas condolências vão para todos os afetados neste momento trágico”. “Devemos nos unir para garantir que ninguém nunca tenha que (praticar) sua fé com medo”, disse.
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, escreveu em uma mensagem ao seu homólogo cingalês estar “atordoado e horrorizado” com os “ataques terroristas covardes”. O chanceler austríaco Sebastian Kurz escreveu no Twitter estar “profundamente abalado e preocupado com os ataques terroristas desonestos”. O chefe da Comissão Executiva da União Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que soube dos atentados “com horror e tristeza”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou as séries de ataques como “cruéis e cínicas”. Em telegrama de condolências enviado ao líder do Sri Lanka, Putin disse que Moscou continua sendo um “parceiro confiável do Sri Lanka na luta contra o terrorismo internacional”. Ele acrescentou que os russos “compartilham a dor dos parentes dos mortos e desejam uma recuperação rápida para todos aqueles que foram feridos”.
“Ataque a toda humanidade”
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chamou as explosões de “um ataque a toda a humanidade” e ofereceu suas condolências às famílias das vítimas e ao povo do Sri Lanka.
Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos emitiram declarações por meio de seus ministérios de Relações Exteriores condenando os ataques. Os Emirados Árabes Unidos conclamaram “a comunidade internacional a fechar o cerco e erradicar o flagelo do terrorismo a fim de garantir a paz e a segurança internacionais” O Catar disse querer enfatizar sua “firme posição em rejeitar a violência e o terrorismo”. O Bahrein afirmou que “esses atos de terrorismo são incompatíveis com princípios religiosos e valores humanos e morais”.
O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão também criticou os ataques. O porta-voz do ministério Mohammad Faisal disse em comunicado que o povo e o governo do Paquistão estão ao lado do Sri Lanka após as explosões.
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, também condenou os ataques “devastadores” contra igrejas e hotéis no Sri Lanka. Em comunicado, Ardern se referiu aos disparos de 15 de março em duas mesquitas da cidade neozelandesa de Christchurch, nos quais 50 morreram. “A Nova Zelândia condena todos os atos de terrorismo e nossa posição só foi fortalecida pelo ataque em nosso solo”, disse Ardern. “A Nova Zelândia rejeita todas as formas de extremismo e defende a liberdade de religião e o direito de adoração com segurança.”
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse estar “terrivelmente entristecido” com os atentados. Zarif disse no Twitter que “o terrorismo é uma ameaça global sem religião: deve ser condenado e confrontado globalmente”.
O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, chamou os ataques de “terrorismo cego” e ofereceu solidariedade ao povo do Sri Lanka. No Twitter, ele pediu misericórdia às “vítimas inocentes” e rápida recuperação dos feridos.