Senador dos EUA pede que Bolsonaro condene ataque ao Capitólio
Presidente da Comissão de Relações Exteriores diz que comentários do brasileiro podem representar retrocesso na relação entre os países
atualizado
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O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Bob Menendez (Democrata), enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em que o aconselha – sob risco de prejudicar a relação entre Brasil e EUA – a condenar os ataques feitos por apoiadores do ex-presidente Donald Trump (Republicano) ao Capitólio norte-americano, em 6 de janeiro.
A carta, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, foi enviada nessa sexta-feira (12/2). Nela, o senador democrata também critica as alegações de fraudes sobre a última eleição presidencial norte-americana feitas por Bolsonaro e também pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, chanceler Ernesto Araújo.
“Os comentários podem representar um infeliz retrocesso na parceria EUA-Brasil, em um momento em que nossas nações devem se comprometer novamente com os objetivos comuns de aprofundar as relações, fortalecer a democracia global e melhorar a estabilidade política e econômica em nosso hemisfério e em todo o mundo”, assinalou o presidente da Comissão das Relações Exteriores do Senado.
Aliado do ex-presidente Donald Trump, que não conseguiu se reeleger, Bolsonaro reconheceu a vitória do democrata Joe Biden para a presidência dos EUA apenas em 15 de dezembro, um dia depois de o Colégio Eleitoral referendar a eleição do candidato.
“Saudações ao presidente Joe Biden, com meus melhores votos e a esperança de que os EUA sigam sendo ‘a terra dos livres e o lar dos corajosos’”, disse, em rede social.
Antes disso, contudo, Bolsonaro insinuou, não somente uma vez, a existência de fraudes no pleito dos EUA. “Eu acompanhei tudo hoje. Você sabe que sou ligado ao Trump. Então, você sabe qual a minha resposta aqui”, disse, após a invasão do Capitólio.
“Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso um tempo atrás e a imprensa falou: ‘sem provas, presidente Bolsonaro falou que foi fraudada as eleições americanas’”, prosseguiu.