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Sem luz há mais de dois dias, Cuba aguarda chegada de furacão

O furacão Oscar está prestes a atingir Cuba neste domingo (20/10), enquanto a população da ilha entre no terceiro dia de apagão geral

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Cuba
1 de 1 Cuba - Foto: Reprodução/X

O furacão Oscar está prestes a atingir Cuba neste domingo (20/10), enquanto a população da ilha entre no terceiro dia de apagão geral. O país enfrenta a pior crise em 30 anos e o fenômeno climático pode piorar a escassez de alimentos e medicamentos.

As autoridades do leste da ilha “já trabalham arduamente para proteger a população e os recursos econômicos, dada a iminência do furacão Oscar”, garantiu o presidente Miguel Díaz-Canel, em uma mensagem publicada sábado à noite na rede social X. Acompanhado por ventos de 139 km/h, Oscar deverá chegar ao leste de Cuba durante o dia de domingo. São esperadas fortes chuvas, segundo o Centro Nacional Americano de Furacões (NHC).

A chegada do furacão associada ao gigantesco corte de energia, em curso desde sexta-feira (18/10) e que ocorre na sequência de cortes crônicos do abastecimento, torna mais dura a vida dos 10 milhões de habitantes da ilha, que enfrentam ainda uma inflação galopante no país.

Em outra mensagem no X, a presidência cubana relatou avanços na restauração do sistema elétrico. “16% dos consumidores já têm eletricidade e cerca de 500 megawatts estão a ser gerados. O sistema continuará a aumentar a sua carga nas próximas horas”, prometeu.

Para efeito de comparação, o país consumiu 3.300 megawatts na quinta-feira, um dia antes do apagão total de energia ligado ao colapso da principal central térmica da ilha, localizada em Matanzas (oeste). Na quinta-feira, o presidente cubano anunciou que a ilha se encontrava numa situação de “emergência energética” devido às dificuldades na aquisição do combustível necessário para alimentar as suas centrais, devido ao reforço do embargo que Washington impõe à ilha desde 1962.

Habitantes cansados

Na noite de sábado, a maior parte das áreas de Havana estavam às escuras, exceto hotéis e hospitais equipados com geradores de emergência e as poucas residências particulares que possuem este tipo de equipamento.

“A situação é muito difícil, mas procuro manter a calma, porque já existe muito estresse neste país”, disse à AFP Yaima Valladares, uma dançarina de 28 anos.

O presidente Díaz-Canel realizou uma reunião de supervisão na noite de sexta-feira, durante a qual prometeu que não haveria descanso para os serviços do Estado até que a eletricidade fosse totalmente restaurada na ilha. “As pessoas estão um pouco irritadas porque há muito tempo que falta energia e só Deus sabe quando será restabelecida”, disse Rafael Carrillo, mecânico de 41 anos, que disse ter caminhado quase cinco quilômetros devido à falta de meios de transporte.

“Ficamos quatro ou cinco horas esperando o guagua (ônibus) e, quando ele passa, está lotado e não para”, contou ele, cansado.

“Sem luz, é quase impossível estudar”, explica um jovem de 18 anos, que não quis se identificar. “Meu telefone está sem bateria, não temos mais internet, a conexão também desapareceu e não consigo ligar para a minha família porque o telefone fixo também não está funcionando.”

Apagão de 2021 e manifestações históricas em Cuba

Há três meses, os cubanos sofrem cortes de energia cada vez mais frequentes, com um déficit energético nacional de 30%. Na quinta-feira (17/10), esse déficit atingiu os 50%.

Nas últimas semanas, em várias províncias, os cortes de energia duraram mais de 20 horas por dia. Em Cuba, a luz é produzida por oito centrais termelétricas em ruínas, por vezes danificadas ou em manutenção, assim como várias centrais flutuantes – que o governo aluga de empresas turcas – e geradores.

A maior parte desta infraestrutura requer combustível para funcionar. Os cortes de energia foram um dos gatilhos dos protestos históricos de 11 de julho de 2021 no país.

Em setembro de 2022, a ilha sofreu um “apagão” generalizado após a passagem do furacão Ian, que atingiu o oeste cubano. O restabelecimento completo da luz levou vários dias, na capital, e várias semanas em toda a ilha.

Com informações da AFP

Leia mais reportagens como essa em RFI, parceiro do Metrópoles.

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