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Seis meses após início da guerra, Zelensky diz que Ucrânia “renasceu”

País celebra 31 anos de independência da União Soviética nesta quarta (24/8), mesmo dia em que completa seis meses em conflito com a Rússia

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O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskyy durante seu discurso regular à nação, Kiev, capital da Ucrânia
1 de 1 O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskyy durante seu discurso regular à nação, Kiev, capital da Ucrânia - Foto: UKRINFORM/ Ukrinform/Future Publishing via Getty Image

presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu que o país “renasceu” após ser invadido pela Rússia, há exatos seis meses. Em discurso nesta quarta-feira (24/8), data que também marca os 31 anos da independência do território em relação à antiga União Soviética, ele reforçou o compromisso de recuperar a península da Crimeia e outras áreas ocupadas pelo Kremlin.

Durante pronunciamento emocionado transmitido no país, o líder ucraniano disse que o ataque das forças russas reavivou o espírito da nação.

“Uma nova nação apareceu no mundo em 24 de fevereiro às 4 da manhã. Não nasceu, mas renasceu. Uma nação que não chorou, gritou ou se assustou. Aquele que não fugiu. Não desistiu. E não esqueceu”, disse.

Autoridades ucranianas alertaram a população para a possibilidade de que o Kremlin intensificasse o ataque por conta das comemorações da Independência. Zelensky disse, nessa terça-feira (23/8), que era provável que Moscou fizesse “provocações repugnantes” em torno das festividades.

Como medida de segurança, celebrações públicas foram proibidas. Os cidadãos ucranianos foram orientados a responder rapidamente aos avisos de bombardeios e ataques aéreos.

Na mensagem, gravada em frente ao monumento central de Kiev, Zelensky também afirmou que mudou de perspectiva e agora não acredita mais que a guerra vá terminar quando houver paz, e sim quando Kiev for, de fato, vitoriosa.

“O que para nós é o fim da guerra? Costumávamos dizer: paz. Agora dizemos: vitória.”

“Estamos aguentando por seis meses. É difícil para nós, mas cerramos os punhos lutando pelo nosso destino. Cada novo dia é um novo motivo para não desistir.”

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

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O líder ucraniano também falou sobre o avanço das tropas de Moscou sobre o território. “Não vamos sentar à mesa de negociações por medo, com uma arma apontada para nossas cabeças. Para nós, o ferro mais terrível não são mísseis, aviões e tanques, mas algemas”.

Ele prometeu que a nação irá recapturar a Crimeia, território anexado pela Rússia a qualquer custo, bem como outras áreas ocupadas ao leste do país.

“Donbass é a Ucrânia. E vamos devolvê-la, seja qual for o caminho. A Crimeia é a Ucrânia. E nós o devolveremos. Seja qual for o caminho. Você não quer que seus soldados morram? Liberte nossas terras. Você não quer que suas mães chorem? Liberte nossas terras. Estes são nossos termos simples e claros.”

Desastre nuclear

O papa Francisco também falou sobre a grave situação no Leste Europeu, e alertou para os riscos de um desastre nuclear após constantes bombardeios na região da maior instalação nuclear da Europa, a usina de Zaporizhzhia.

Durante pronunciamento nesta quarta (24/8), o pontífice chamou guerras de “loucura” e mencionou a morte de Daria Dugina, filha do ideólogo ultranacionalista Aleksandr Dugin, em atentado no último sábado (20/8). “Inocentes pagam pela guerra”, disse.

Seis meses em guerra

Rússia e Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky.

Em seis meses de conflito, 5.587 civis foram registrados como mortos e 7.890 feridos, embora o número real seja muito maior, segundo informações divulgadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), na segunda-feira (22).

O chefe das forças armadas ucraniano, general Valeriy Zaluzhnyi, estima que cerca de 9 mil militares da Ucrânia foram mortos na guerra, o primeiro número de mortos fornecido pelo alto escalão militar desde a invasão.

O constante bombardeamento e a destruição retiraram mais de 10 milhões de pessoas de suas casas, também de acordo com a ONU, impulsionando um recorde mundial no número de refugiados.

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