Segundo Casa Branca, “não é momento de debater armas”

A Presidência norte-americana afirmou, nesta segunda-feira (2/10), poucas horas depois de um atirador disparar contra a multidão e matar 58 pessoas em Las Vegas, que seria “prematuro” avançar com um debate sobre a venda de armas de fogo nos Estados Unidos. Segundo a Casa Branca, a prioridade deve ser a união nacional.

“Há a hora e o lugar para um debate político, mas agora é o momento de nos unirmos como nação”, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee. “Hoje é um dia para consolar os sobreviventes e pessoas em luto pelos que perdemos”, acrescentou.

A porta-voz ainda afirmou que a conveniência de uma discussão sobre o controle de armas no país é algo que pode ser debatido nos próximos dias. “Quando chegar o momento para que essa conversa ocorra, acho que precisamos observar coisas que tenham um impacto real”, destacou.

Momentos antes de a Casa Branca se pronunciar sobre a tragédia, agências internacionais de notícias davam conta que ações de alguns dos principais fabricantes de armas do país tiveram alta nas bolsas de valores norte-americanas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania Trump, fizeram um minuto de silêncio durante evento em homenagem às vítimas do ataque. Mais cedo, Trump se pronunciou formalmente e chamou o maior ataque armado da história do país de um “ato de pura maldade”. Ele pediu que a nação se mantenha unida frente à tragédia, e agradeceu aos socorristas e policiais que agiram com rapidez no socorro, salvando muitas vítimas.

Armas de fogo
De acordo com o jornal El País, grandes tiroteios causam em média 121 mortes por ano nos EUA. Entre 2009 e 2016, foram 156 dessas ocorrências, que resultaram na morte de 848 pessoas. Se forem incluídos todos os tiroteios, e não apenas os considerados grandes por resultarem na morte de pelo menos quatro pessoas, os números são muito mais dramáticos. O cálculo indica que a cada ano no país morrem 33 mil pessoas por disparos de armas de fogo nos EUA, o que equivale a 93 por dia.

Estima-se que nove em cada grupo de 10 pessoas estejam armadas no país. Em 2012, o Serviço de Pesquisa do Congresso calculou que, três anos antes, existiam nos EUA 310 milhões de armas – não há dados atualizados sobre o armamento nas mãos de civis norte-americanos.

O ataque
Pelo menos 58 pessoas morreram e mais de 500 foram transportadas para hospitais de Las Vegas na madrugada desta segunda-feira (2/10). Um atirador abriu fogo na principal avenida da cidade, a Strip, nas proximidades do Mandalay Bay Hotel e Casino. A região, onde ocorria um festival de música, foi isolada pelas forças de segurança.

A polícia de Las Vegas informou que o suspeito de ser o atirador se matou após o ataque. Ele estava posicionado no 32º andar do hotel Mandalay Bay, ao lado da área aberta onde aconteciam os shows, e usou 10 armas para abrir fogo contra o público. Segundo o New York Times, mais de 19 rifles foram encontrados no quarto onde o atirador estava.

Confira como ocorreu o ataque:

De acordo com informações preliminares, o atirador —  Stephen Paddock, 64 anos – morava em Mesquite, Nevada, e não teria qualquer conexão com grupos extremistas. A polícia não acredita haver mais atiradores. Entretanto, está à procura de Marilou Danley, mulher de origem asiática que estaria com o suspeito, para ouvir o depoimento dela. Segundo o xerife do Condado de Clark, Joseph Lombardo, a tese seria de que o ataque foi lançado por um “lobo solitário”, mas as forças de segurança também estão fazendo buscas por um companheiro de quarto de Paddock.