Sean Penn conta como teve que largar carro e escapar da Ucrânia a pé
Ator estava no país para filmar documentário sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia. Filmagens acontecem desde novembro
atualizado
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O ator e diretor de cinema Sean Penn contou, na última segunda-feira (28/2), que deixou a Ucrânia a pé, após abandonar seu carro. Ele estava no país para filmar um documentário sobre a invasão russa.
“Eu e dois colegas andamos por quilômetros até a fronteira com a Polônia, após abandonarmos nosso carro na estrada”, contou.
“Quase todos os carros nesta foto levam mulheres e crianças, a maioria sem qualquer sinal de bagagem, e com o carro como único objeto de valor”, disse ao publicar a imagem de uma longa fila de carros.
Myself & two colleagues walked miles to the Polish border after abandoning our car on the side of the road. Almost all the cars in this photo carry women & children only, most without any sign of luggage, and a car their only possession of value. pic.twitter.com/XSwCDgYVSH
— Sean Penn (@SeanPenn) February 28, 2022
O documentário de Penn começou a ser gravado em novembro de 2021, quando ele registrou o mar de Azov e conversou com os militares ucranianos. Ele já esteve envolvidos em diversos projetos humanitários ao longo de sua carreira.
Na manhã de quinta-feira (24/2), o diretor visitou o gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e assistiu a uma conferência de imprensa de Iryna Vereshchuk, conselheira do chefe do gabinete do chefe de Estado e vice-primeiro-ministro.
“Ele conversou com jornalistas, com nossos militares, viu como defendemos nosso país”, diz o comunicado. “Sean Penn demonstra a coragem que falta a muitos outros, incluindo políticos ocidentais. Quanto mais pessoas assim em nosso país agora, verdadeiros amigos da Ucrânia, que apoiam a luta pela liberdade, mais cedo será possível parar o ataque traiçoeiro da Rússia”, completa.
670 mil pessoas já deixaram país
De acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, nos últimos seis dias ao menos 670 mil pessoas buscaram ajuda em países vizinhos, sobretudo na Polônia, Hungria, Moldávia, Romênia e Eslováquia. Só na Polônia foram 280 mil. Com a intensificação dos ataques, a preocupação é não só de oferecer abrigo e apoio material, mas também ajuda psicológica para as pessoas afetadas pela guerra.
O porta-voz do do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Shabia Mantoo, informou, nessa terça-feira (1º/3), que filas de 20 quilômetros estão se formando na fronteira romena. Pessoas estão esperando até 60 horas para entrar na Polônia.
A previsão do órgão é de que, nos próximos dias, aproximadamente quatro milhões de ucranianos devem sair do país em busca de segurança. Os cidadãos do país não precisam apresentar visto para entrar nos países da União Europeia (UE), que já receberam pelo menos 300 mil refugiados, ou na Suíça.