metropoles.com

Sexo oral ajuda a espalhar superbactéria da gonorreia, alerta OMS

Em alguns casos, a cura da doença foi considerada “impossível” em pacientes na Europa e no Japão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
sexo casal namoro
1 de 1 sexo casal namoro - Foto: iStock

A queda no uso de preservativos, incluindo na prática de sexo oral, ajuda a disseminar uma superbactéria da gonorreia e a torná-la cada vez mais difícil de tratar. Em algumas situações, a cura foi considerada “impossível” em pacientes na Europa e no Japão. O alerta foi sendo lançado nesta sexta-feira (7/7) pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

A organização constatou que a infecção sexualmente transmissível — responsável pela infertilidade — está rapidamente desenvolvendo uma forte resistência aos antibióticos.

Além disso, a indústria farmacêutica investiu pouco nos últimos anos no combate a essa doença. Portanto, os novos remédios que chegam ao mercado são escassos. Para um dos produtos tradicionalmente usados, o ciproflaxacin, a resistência foi registrada em 97% dos países avaliados pela OMS. Hoje, apenas um remédio é considerado como eficiente, o ESC.

De acordo com a OMS, cerca de 78 milhões de pessoas são contaminadas a cada ano pela doença. Em um levantamento realizado em 77 países, a entidade constatou que a resistência é “generalizada”. Em pelo menos três casos, a OMS alerta que a gonorreia não teve cura. Dois deles foram registrados na Europa — na Espanha e na França — e outro no Japão.

“Trata-se de uma bactéria muito inteligente e, cada vez que um novo antibiótico é introduzido, ela se torna mais resistente”, disse a responsável da agência da ONU para Saúde Teodora Wi.

Em apenas 15 anos, a comunidade médica já foi obrigada a mudar de tratamento três vezes diante da ineficiência dos produtos e da resistência desenvolvida. Hoje, a agência de saúde considera que o cenário é “muito preocupante”.

O que mais deixa a OMS em estado de alerta é o fato de que a maioria das infecções está sendo registrada em países pobres, onde os estudos sobre a resistência são mais escassos e o monitoramento, frágil. “O que sabemos pode ser apenas a ponta do iceberg”, alertou Wi.

Se a infecção pode afetar as partes genitais e até aumentar o risco de HIV, é o impacto na garganta que mais preocupa no que se refere à capacidade da doença em sofrer uma mutação. A resistência aos remédios seria ainda maior por causa da mistura que a bactéria identificaria com o tratamento contra uma infecção regular da garganta.

Preservativos
Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoea, a doença ainda teria se espalhado com maior facilidade diante da queda no uso de preservativos. O fato de seus sintomas serem pouco conhecidos para uma parte importante da população também estaria levando a doença a se desenvolver sem um tratamento adequado.

Diante dos riscos, a OMS está apelando para que governos passem a monitorar a proliferação da resistência da doença e que invistam em novos remédios. Mas, para a entidade, apenas o desenvolvimento de uma vacina poderia frear de forma definitiva a proliferação.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?