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Organização Mundial da Saúde admite que zika “ainda está no escuro”

A constatação integra um documento usado pela OMS em reunião com doadores para atualizar a comunidade internacional sobre os próximos passos

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1 de 1 FP_Estudo-confirma-relação-entre-zika-e-microcefalia_03 - Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

Um ano depois de decretar emergência internacional por causa da proliferação do vírus da zika pelo mundo, a cúpula da Organização Mundial da Saúde (OMS) admite: a doença “ainda está no escuro” diante de vários aspectos, ainda que muitas perguntas sobre a enfermidade tenham sido respondidas.

A constatação faz parte de um documento usado pela OMS em reunião com doadores em janeiro para atualizar a comunidade internacional sobre quais serão os próximos passos.

A agência de saúde da ONU estima que são pelo menos cinco as perguntas ainda sem respostas definitivas: “Qual é o risco absoluto da síndrome congênita do zika?”; “Quais os fatores de risco para a microcefalia?”; “Qual é a extensão da infecção em áreas com o mosquito?”; “Qual é o risco de transmissão sexual?”; E “qual é o papel da imunidade natural em diferentes regiões com surtos que tenham ocorrido no passado?”;

Mas, a entidade declarou o fim da emergência e optou por transformar o cenário de urgência em programa de longo prazo. Pesquisadores da agência admitiram que a luta contra o zika será longa e onerosa para os governos. Além de lidar com o mosquito vetor da doença, eles precisam preparar-se para ajudar famílias a lidar com crianças com má-formação e problemas que ainda nem sequer são conhecidos.

No Brasil
No caso do Brasil, dados recebidos pela OMS apontam que o verão fez ressurgir o número de casos, ainda que em um volume menor que o do surto de 2015 e 2016. Ainda assim, fontes dentro da própria organização criticaram o fim da emergência, alertando que a decisão retirou o foco de doadores e foi prematura.

Em processo eleitoral para escolher uma nova direção e substituir Margaret Chan no comando, a entidade discute sua credibilidade, duramente afetada nos últimos anos. Durante a campanha, muitos concorrentes disseram não concordar com o fim do status do vírus da zika e a forma de determinar emergências.

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