Estudo confirma o primeiro caso de reinfecção por Covid-19 nos EUA
Este é o quinto caso de reinfecção registrado cientificamente no mundo. Já ocorreram casos na Bélgica, na Holanda, em Hong Kong e no Equador
atualizado
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Mais um caso de reinfecção por Covid-19 foi descrito pela ciência, aumentando as evidências de que a exposição ao coronavírus Sars-CoV-2 pode não se traduzir em imunidade total. Um artigo publicado nesta segunda-feira (12/10), na revista médica The Lancet Infectious Diseases, descreve o caso de um homem de 25 anos que foi infectado com duas variedades diferentes de Sars-CoV-2 num período de 48 dias. Este é o quinto caso de reinfecção registrado cientificamente no mundo.
O relato aponta que a segunda infecção foi mais grave e que o paciente de Washoe County, Nevada, nos Estados Unidos, necessitou de hospitalização com suporte de oxigênio. Após testar positivo para Covid-19 em abril deste ano, o jovem testou negativo em duas outras ocasiões. Mas em junho voltou a apresentar sintomas mais graves, como febre, dor de cabeça, tontura, tosse, náusea e diarreia.
Um novo teste confirmou a reinfecção, mas com diferenças genéticas significativas entre os dois vírus. A reinfecção do jovem ocorreu simultaneamente ao resultado positivo para Covid-19 do pai dele.
“Nossas descobertas indicam que uma infecção prévia por Sars-Cov-2 não necessariamente protege contra uma infecção futura”, pontuou Mark Pandori, do Laboratório de Saúde Pública do Estado de Nevada e da Universidade de Nevada, principal autor do trabalho, em comunicado à imprensa.
“Embora mais pesquisas sejam necessárias, a possibilidade de reinfecção pode ter implicações para compreensão da imunidade da Covid-19 especialmente na ausência de uma vacina eficaz”, complementou.
Pandori aconselha que pessoas que testaram positivo para coronavírus continuem a adotar medidas de proteção como distanciamento social, uso de máscaras faciais e lavagem das mãos.
Outros casos
Pelo menos quatro casos de reinfecção foram confirmados no mundo: Bélgica, Holanda, Hong Kong e Equador. A principal preocupação no caso do jovem americano é que a reinfecção resultou em uma doença pior que no primeiro diagnóstico. Apenas o caso de reinfecção do Equador apresentou resultados semelhantes.
“Precisamos de mais pesquisas para entender por quanto tempo a imunidade pode durar para pessoas expostas ao Sars-CoV-2 e por que algumas dessas segundas infecções, embora raras, estão se apresentando de modo mais severo”, disse Pandori.
O pesquisador também não descartou que possam existir outros casos de reinfecção, mas pondera que isso é difícil de mensurar porque há muitos casos assintomáticos que permanecem não detectados nos testes e práticas de monitoramento.