No fim da tarde desta quarta-feira (16/3), em entrevista coletiva transmitida de Genebra, a diretora-geral assistente para Acesso a Medicamentos da OMS, Mariângela Simão, admitiu que o conflito atrapalhou a análise do imunobiológico.
Na prática, segundo explicações da diretora, a invasão da Ucrânia atrasou o processo de avaliação da vacina.
“Nós deveríamos fazer inspeções na Rússia, a começar no dia 7 de março, e as inspeções foram adiadas para uma data posterior. Então, as inspeções foram afetadas por causa da situação”, detalhou.
Mariângela Simão frisou que a equipe da OMS teve dificuldades como falta de voos e a dificuldade de transferência de dinheiro e uso de cartões de crédito. “Novas datas estão sendo discutidas e serão divulgadas assim que possível”, encerrou.
A vacina no mundo
Em outubro de 2020, a Rússia pediu à OMS autorização para uso emergencial da vacina Sputnik V,
O Fundo de Investimento Direto Russo quer registro acelerado da vacina. Órgão internacional avalia opções desde o final de setembro.
A vacina enfrentou dificuldades para chegar ao mercado sobretudo pela falta de transparência do governo russo sobre a produção da vacina e a conseguinte resistência de autoridades sanitárias.
Países que num primeiro momento foram considerados vitrines da Sputnik V, como México e Argentina, passaram a priorizar outros imunizantes na vacinação.
No Brasil, o Consórcio do Nordeste anunciou a aquisição de 37 milhões de doses, mas a negociação não foi para frente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação “sob condições controladas”.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo