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Casos de sarampo aumentaram mais de 30% no último ano, diz OMS

Número cresceu especialmente na Europa e na América Latina e pode ter relação com movimento antivacina

atualizado

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sarampo virus
1 de 1 sarampo virus - Foto: Divulgação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira (29/11) que em 2017 a quantidade de casos de sarampo superou em mais de 30% o índice de 2016. Há um aumento em todo o mundo, especialmente na América Latina e na Europa. A organização explica que o crescimento tem relação com o fato de nesses lugares alguns pais deixarem de vacinar seus filhos. São informações do jornal O Globo.

O relatório aponta que em 2017 foram notificados oficialmente 173 mil casos da doença, mas o número real é estimado em 6,7 milhões. No ano passado, 110 mil pessoas morreram, em sua maioria crianças, devido à doença.

“Mais preocupante que o aumento no número de casos reportados é que vemos uma transmissão sustentada de sarampo em países onde há muitos anos não havia contagio”, afirmou Martin Friede, coordenador da Iniciativa para Pesquisa em Vacinas. “Isso sugere que, na verdade, estamos tendo um retrocesso em certos casos”, complementou.

A doença é altamente contagiosa e pode ser fatal ou causar perda de audição e desordens mentais nas crianças. Muitas vezes, o sarampo antecipa outras infecções como a difteria em populações com baixos índices de vacinação.

Alemanha, Rússia e Venezuela tiveram grandes surtos de sarampo no ano passado, o que fez com que a OMS retirasse a certificação de erradicação de contágio desses países.

“Olhando os números de 2018, estamos vendo um aumento que parece ser sustentado e nos preocupa que essa ascensão signifique uma tendência”, afirmou Friede. Segundo a OMS, é provável que 2018 registre um número de casos maior que em 2017.

A cobertura global para a primeira dose de vacina contra o sarampo está em 85%, quando o necessário para impedir surtos é que ela chegue a 95%, de acordo com o relatório. Já a cobertura relativa à segunda dose chega a apenas 67%.

Comunidades mais pobres do mundo
“A maioria das crianças que não recebem a vacina vive nas comunidades mais pobres do mundo, muitos em áreas de conflito”, informou Ann Lindstrand, coordenadora do Programa Ampliado de Imunização da OMS.

Ela afirma que em algumas zonas da Europa e da América Latina, “a desinformação ou a desconfiança na imunização” desalentam a vacinação. “Estamos perdendo terreno no sarampo, porque as pessoas se esquecem que essa é uma doença espantosa”, lamentou Lindstrand.

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