Sarkozy tem condenação mantida na França e usará tornozeleira
O ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy governou a França por 5 anos. Ele foi condenado em 2021 por corrupção e tráfico de influência
atualizado
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A Suprema Corte da França manteve, nesta quarta-feira (18/12), a condenação do ex-presidente Nicolas Sarkozy por corrupção e tráfico de influência. Ele precisará usar tornozeleira eletrônica por um ano. Esta é a primeira vez que um ex-mandatário do país usa tornozeleira. Ele também ficará inelegível por três anos.
O ex-presidente foi condenado a três anos de prisão em 2021. A defesa de Sarkozy conseguiu que a pena fosse abrandada com recursos junto a Suprema Corte do país, retirando dois anos de prisão da sentença e permitindo que o restante da pena fosse cumprido o uso da tornozeleira eletrônica.
A Corte francesa entendeu que o ex-presidente teria conspirado para garantir uma posição em Mônaco para um juiz, em troca de informações privilegiadas sobre uma investigação contra ele. Na ocasião, ele foi acusado de ter aceitado pagamentos ilegais da herdeira da L’Oréal, Liliane Bettencourt.
A condenação de Sarkozy o coloca junto ao ex-presidente Jacques Chirac, também conservador e condenado por um tribunal. Chirac foi condenado por corrupção em 2011, quatro anos depois de deixar o cargo.
Em 2025, Sarkozy deverá enfrentar mais um julgamento por corrupção e financiamento ilegal relativo ao suposto financiamento líbio de sua bem-sucedida campanha presidencial de 2007. Caso condenado nesse caso, ele pode pegar até 10 anos de prisão.
Como todas as instâncias na França foram esgotadas, o advogado de Sarkozy, Patrick Spinosi, afirmou nesta quarta que vai levar o caso à Corte Europeia dos Direitos Humanos. A defesa ressaltou que o ex-presidente cumprirá a sentença com tornozeleira eletrônica.
Relembre o caso
O político conservador, que governou a França entre 2007 e 2012, passou a ser alvo da Justiça após o “escândalo dos grampos telefônicos” vir à tona, em 2014, dois anos após deixar a Presidência.
Na ocasião, a Justiça investigava um suposto financiamento do regime de Muamar Kadafi, ex-ditador da Líbia, na campanha presidencial de 2007, quando Sarkozy foi eleito.
As interceptações do Ministério Público revelaram uma linha telefônica secreta por meio da qual o ex-presidente conversava com o advogado utilizando o pseudônimo de Paul Bismuth.
A partir das conversas, a Justiça acusou Sarkozy e o advogado Thierry Herzog de organizarem um acordo com o magistrado Gilbert Azibert, que atuava no Tribunal de Cassação. À época, o ex-presidente queria ajuda em um caso em troca de um alto cargo em Mônaco para o magistrado.
O ex-presidente da França ainda é alvo de outros processos. O Ministério Público pediu que o conservador e outras 12 pessoas fossem julgadas no caso do financiamento do regime de Muamar Kadafi na campanha eleitoral para as eleições de 2017.