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Santiago Peña vence eleição e mantém domínio conservador no Paraguai

Hegemonia do Partido Colorado, de cunho conservador, já dura 76 anos no Paraguai. Santiago Peña assumirá mandato em 15 de agosto

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Santiago Peña, economista de 44 anos, venceu a eleição presidencial do Paraguai, neste domingo (30/4). Dessa forma, mantém-se a hegemonia de 70 anos do partido conservador Colorado sobre o Executivo do país latino-americano.

A eleição foi confirmada na noite deste domingo (30/4), com a apuração de 99,09 % das urnas. Mesmo antes da definição matemática do vencedor, o atual presidente Mario Abdo Benitez celebrou nas redes sociais a vitória do correligionário. No Paraguai, não há reeleição nem segundo turno

O resultado, até a última atualização desta reportagem, era este:

  • Santiago Peña: 42,74% dos votos
  • Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico: 27,48%
  • Payo Cubas: 22,93%

“Agradeço a quem nos entregou seus sonhos, confiou neste projeto, depositou suas esperanças para que possamos melhorar. E nós vamos melhorar”, disse Peña, que é ex-ministro da Fazenda, após a eleição. Ele assume o cargo em 15 de agosto, para um mandato de cinco anos.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já parabenizou o presidente eleito: “Boa sorte no seu mandato. Vamos trabalhar juntos por relações cada vez melhores e mais fortes entre nossos países, e por uma América do Sul com mais união, desenvolvimento e prosperidade”, disse o petista, no Twitter.

A eleição de Peña terá influência na revisão do Tratado de Itaipu, marcada para agosto. O texto foi assinado em 1973 e determina que a energia produzida deve ser dividida entre Brasil e Paraguai, mas o país vizinho nunca usou toda a sua cota. O texto prevê que, dessa forma, ele é obrigado a vender o excedente para o Brasil.

Alberto Fernández, presidente da Argentina, também já parabenizou Peña. Ele disse ter telefonado para o presidente eleito: “Saúdo afetuosamente o nosso povo irmão e desejo um grande futuro. A América Latina deve se unir, a integração é o caminho”.

A disputa

Efraín Alegre liderou uma ampla coalizão de partidos de centro e esquerda. Ele concorreu ao cargo em 2013 e 2018 e cresceu nas pesquisas eleitorais mais recentes, mas o movimento não se confirmou nas urnas.

Ele reconheceu a derrota e lamentou a falta de consenso para união de candidaturas de oposição: “A divisão significou que não conseguimos atingir o objetivo de mudança solicitado”. Isso aconteceu porque parte dos votos dos descontentes com o partido Colorado foi para Paraguayo Cubas.

Payo Cubas, como é conhecido, cresceu nas intenções de voto nos últimos dias. Ele é filho de um diplomata do ex-ditador Alfredo Stroessner. O candidato chegou a dizer que gostaria de matar 100 mil “brasileiros bandidos”. O postulante teve ainda o mandato de senador cassado por agressão física, incitação à violência e por “uso de influências”.

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