Piloto, mãe, criança e babá: as vítimas do avião que caiu após ser seguido por caças
Avião que sobrevoou a cidade de Washington sem autorização caiu em zona montanhosa. Quatro pessoas estavam a bordo, e todas morreram
atualizado
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As equipes de resgate entraram, nesta terça-feira (6/6), no segundo dia de buscas pelos fragmentos do avião que caiu em uma zona montanhosa perto de Washington (EUA), após ser perseguido por jatos militares. Ainda não há informações oficiais sobre as vítimas, no entanto, a imprensa norte-americana identificou as quatro pessoas que estavam a bordo da aeronave.
Segundo o jornal The Washington Post, uma das vítimas é Adina Azarian, filha de John Rumpel, de 75 anos, proprietário da Encore Motors, empresa pela qual a aeronave estava registrada. Ela viajava acompanhada da filha bebê, Aria, de apenas 2 anos, e a babá da criança – que não foi identificada.
Ainda de acordo com o portal norte-americano, Adina foi adotada pelo empresário e a esposa, aos 40 anos, após eles perderem a primeira filha anos antes, em um acidente de mergulho quando ela tinha apenas 19 anos.
Após a perda, o casal encontrou Adina e sentiu nela a memória da primeira filha. Diante da sensação de proximidade, eles pediram para adotá-la. A neta deles, Aria, que também estava no avião, é fruto de uma fertilização in vitro, a realização do sonho de Adina de ser mãe.
O portal The Washington Post identificou as vítimas como:
- Adina Azarian, filha de John Rumpel;
- Aria Azarian, bebê de dois anos e meio, filha de Adina;
- O piloto, identificado como Jeff Hefner;
- E a babá de Aria, cujo nome ainda não foi divulgado.
Ao The New York Times John Rumpel disse que a família voltava para casa em East Hampton, Long Island, depois de visitá-lo na Carolina do Norte. Ele não foi informado sobre as circunstâncias do acidente, mas as informações são de que a aeronave caiu a 20 mil pés por minuto, “e ninguém poderia sobreviver a uma queda nessa velocidade.”
Piloto inconsciente
De acordo com pessoas entrevistadas pelo jornal Washington Post, com base nos dados de voo disponíveis, o piloto teria ficado inconsciente, provavelmente por causa de uma perda de pressurização.
Assim, o avião voou no piloto automático até ficar sem combustível e cair com o comandante e três passageiros. Segundo a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), todos morreram “sob circunstâncias desconhecidas”.
Os investigadores do governo estão no local, mas devem precisar de três a quatro dias para achar os restos da aeronave, porque a região montanhosa é de difícil acesso. “Os destroços estão muito fragmentados”, explicou Adam Gerhardt, investigador principal.
O que aconteceu
O avião Cessna Citation é da Encore Motors, empresa de John Rumpel com sede na Flórida. Segundo o próprio Rumpel, a aeronave saiu no domingo (4/6) de Elizabethton, no Tennessee, com quatro pessoas: sua filha, Adina Azarian; a neta de 2 anos e meio, Aria; e uma babá (que ainda não havia sido identificada); além do piloto, Jeff Hefner. Eles iriam para a casa do empresário em East Hampton, no estado de Nova York.
O Cessna Citation tinha como destino Long Island, mas por algum motivo retornou para o sul e acabou sobrevoando a capital Washington sem permissão. Nesse momento, seis caças F-16 saíram da base militar Andrews, em Maryland, e de outras duas bases. A autorização era para usarem velocidade supersônica a fim de interceptar o avião.
Os pilotos e os controladores de tráfego aéreo não conseguiram fazer contato com o piloto. Mas, de acordo com os especialistas ouvidos pelo Washington Post, um dos pilotos chegou a ver o comandante do avião com a cabeça caída. Às 15h23 (horário local), a aeronave começou a perder altitude. Nove minutos depois, caiu.
Rumpel também disse às autoridades que o avião pode ter caído após perder a pressão. Assim, todos lá dentro perderam a consciência.
Segundo documento da FAA, Hefner era um piloto experiente e sua classificação o qualificava para pilotar vários tipos de aeronave, inclusive um Boeing 737. Também estava com os exames médicos em dia.