Saiba quem é Liz Truss, 3ª mulher no cargo de premiê do Reino Unido
Eleita nesta segunda (5/9), a próxima primeira-ministra britânica representa a ala mais à direita do Partido Conservador
atualizado
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Admiradora de Margaret Thatcher, Liz Truss, eleita primeira-ministra do Reino Unido nesta segunda-feira (5/9), espera seguir seus passos. Defensora do Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia) e de cortes de impostos, a terceira mulher a assumir o cargo fez campanha como uma autêntica conservadora.
Ao ser empossada, nesta terça-feira (6/9), Truss vai coroar uma carreira marcada por uma rápida ascenção política no alto escalão. No parlamento britânico desde 2010, a política ocupou seis cargos ministeriais, incluindo chefe da pasta de Relações Exteriores de Boris Johnson, no qual permaneceu por 11 meses.
Com a promessa de conduzir um governo com firmeza, reduzir impostos e enxugar a máquina pública, a parlamentar conquistou a preferência do partido. Ela também se manteve fiel à Johnson até a renúncia, o que angariou apoio dos apoiadores do ex-primeiro ministro.
Truss é natural de Oxford, no sudeste da Inglaterra. Ela se formou em filosofia, política e economia, no Merton College, que faz parte da Universidade de Oxford.
Entrou para o Parlamento Britânico em 2010, onde foi nomeada subsecretária de Estado Parlamentar para Educação e Assistência Infantil em setembro de 2012. Na sequência, atuou como Secretária de Estado para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais entre 2014 e 2016.
Depois, assumiu como secretária de Justiça até 2017. E como secretária-chefe do Tesouro até 2019. Assumiu o Ministério para Mulheres e Igualdades no mesmo ano, ficando até setembro do ano passado, quando foi nomeada secretária de Relações Exteriores.
Guerra na Ucrânia
Como titular da pasta de Relações Exteriores durante a ofensiva russa no território ucraniano, Truss protagonizou dois episódios de desconforto diplomático.
No início da guerra, ela deu uma entrevista na qual endossou “absolutamente” a ideia de os britânicos irem lutar no conflito no Leste Europeu, uma observação negada pelos representantes de defesa com veemência.
Em outra ocasião, caiu na armadilha do responsável pela pasta russo, Sergei Lavrov, e cometeu uma gafe ao dizer que ela nunca reconheceria a soberania de Moscou sobre Rostov e Voronezh, provavelmente confundindo elas com as regiões de Donetsk e Luhansk, locais que estão em disputa na Guerra da Ucrânia.
Preferência do partido
O anúncio nesta segunda-feira (5/9) marca o último dia de Boris Johnson como interino no cargo. Na terça-feira (6), ele vai entregar a carta de renúncia à Rainha Elizabeth II, que nomeará Truss para o cargo.
O mandato da nova primeira-ministra durará até as próximas eleições legislativas, previstas para 2024.
A próxima chefe de governo será a terceira mulher no cargo — seguindo os passos de Margaret Thatcher e Theresa May, e a quarta pessoa a ocupar a função de premiê em seis anos.
Desde o início do processo eleitoral, o número de postulantes foi reduzido de oito para dois candidatos, em votações duplas disputando a preferência dos deputados conservadores. Após cinco rodadas, a escolha entre Sunak e Truss coube aos cerca de 180 mil membros do partido, que enviaram os votos pelo correio.
A nova premiê venceu a disputa interna pela liderança do Partido Conservador, que tem maioria no parlamento britânico, com quase 58% dos votos. Ela derrotou o ex-ministro de Finanças, Rishi Sunak, que recebeu 43%.
Renúncia de Boris Johnson
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson anunciou a renúncia como líder do Partido Conservador, e consequentemente como primeiro-ministro britânico, na primeira semana de julho.
A queda do premiê ocorreu após mais um escândalo envolvendo um de seus aliados que ocupava cargo alto escalão do governo. Mais de 50 funcionários da gestão pediram demissão em uma onda com o objetivo de pressionar Boris.