Saiba quem é Dina Boluarte, a 1ª mulher na Presidência do Peru
A vice-presidente Dina Boluarte assumiu a vaga do agora ex-presidente Pedro Castillo, que acabou destituído pelo parlamento e preso
atualizado
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Nesta quarta-feira (7/12), uma série de acontecimentos mudaram os rumos da política peruana, entre eles a repentina mudança na Presidência do país. A vice-presidente Dina Boluarte assumiu a vaga do agora ex-presidente Pedro Castillo e se tornou a primeira mulher na Presidência do Peru.
Dina recebeu a faixa presidencial do chefe do Parlamento Nacional, José Williams Zapata. A cerimônia contou com a presença dos comandantes militares do país.
“Juro por Deus, pelo país e por todos os peruanos que exercerei fielmente o cargo de Presidente da República, e assumo, de acordo com a Constituição Política do Peru, neste momento e até 26 de julho de 2026”, disse Boluarte.
A vacância surgiu após Castillo ser destituído da função. O então mandatário tentou implementar um estado de exceção a partir de um golpe de estado, dissolver o parlamento e a convocar novas eleições.
A iniciativa não vingou. Horas depois do anúncio, o parlamento destituiu Castillo. Os congressistas, em urgência, votaram um pedido de impeachment. Por 101 votos a seis, ficou vaga a Presidência. Outros 10 deputados se abstiveram.
Ainda durante a tarde desta quarta-feira, Pedro Castillo acabou preso pela tentativa de golpe de estado, considerada ilegal. Segundo o jornal peruano El Comercio, a polícia deteve o presidente destituído na Prefeitura de Lima, capital do Peru.
Carreira na advocacia
Dina Ercilia Boluarte Zegarra, mais conhecida como Dina Boluarte, tem 60 anos e fez carreira na advocacia. Formada pela Universidad de San Martín de Porres, em Lima, já liderou o Registro Nacional de Identificação e Estado Civil. O órgão é responsável pela identificação de todos os peruanos a partir da emissão de documentos.
A carreira na política é recente. Em 2018, Dina concorreu à Prefeitura de Lima, mas não garantiu o posto. Em 2020, tentou uma vaga de deputada nas eleições extraordinárias, também sem êxito.
A vitória apenas ocorreu em 2021, quando integrou a chapa do candidato de esquerda Pedro Castillo. No governo, ela assumiu a posição de ministra do Desenvolvimento e Inclusão social.
Entre as propostas durante a campanha estava a reforma da Constituição Política do Peru, de forma a implementar novo modelo econômico para o país.
Apesar de integrar o governo e ter sido eleita pelo Partido Libre, em entrevista ao jornal La Republica, Dina afirmou não abraçar a ideologia da sigla. A declaração resultou em sua expulsão do partido.
Na última segunda-feira (7/11), a Subcomissão de Acusações Constitucionais do Congresso do Peru arquivou uma denúncia que investigava a atuação de Dina no governo. Ela era acusada de descumprir a regras constitucionais no comando do Ministério do Desenvolvimento e Inclusão social.