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Saiba quais países contestam e quais apoiam a reeleição de Maduro

Reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela causa onda de desconfiança e série de pedidos de recontagem de votos. Seis países prestaram apoio

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Kremlin Press Office / Handout /Anadolu Agency via Getty Images
presidentes da Venezuela Nicolas Maduro e da Rússia Vladimir Putin
1 de 1 presidentes da Venezuela Nicolas Maduro e da Rússia Vladimir Putin - Foto: Kremlin Press Office / Handout /Anadolu Agency via Getty Images

Proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a vitória do presidente Nicolás Maduro, que obteve 5,15 milhões de votos (51,2%), segundo o órgão eleitoral venezuelano, causou uma onda de desconfiança internacional e uma série de pedidos de recontagem de votos. Além da oposição venezuelana, contestam o anúncio: Argentina, Alemanha, Bélgica, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Estados Unidos, Guatemala, Itália, Panamá, Peru, Reino Unido, União Europeia e Uruguai.

Por outro lado, países como Bolívia, China, Cuba, Honduras, Irã, Nicarágua, além do presidente russo, Vladimir Putin, e do emir do Catar, Tamim bin Hamad al Thani, parabenizaram Maduro.

Até o momento, o Brasil não se posicionou oficialmente acerca das eleições venezuelanas, que aconteceram no domingo (28/7). Apesar disso, é previsto que Celso Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial do presidente da República do Brasil para assuntos internacionais, e as equipes de Maduro e Edmundo González tenham uma reunião nesta segunda-feira (29/7).

No poder desde 2013, o presidente venezuelano tem a perspectiva de permanecer no cargo por 18 anos, até 2031. Apenas o ditador Juan Vicente Gómez terá governado por mais tempo, tendo ficado 27 anos (1908-1935) no poder no país.

“Vai haver paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito à lei”, disse Maduro após o anúncio do resultado, diante de centenas de apoiadores no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.

Quem contestou?

  • Argentina: “DITADOR MADURO, FORA!!!”, escreveu o presidente argentino, Javier Milei, em sua conta na rede social X antes da divulgação dos resultados oficiais. “Os dados anunciam uma vitória esmagadora da oposição e o mundo aguarda que ele reconheça a derrota após anos de socialismo, miséria, decadência e morte”, acrescentou. “A Argentina não vai reconhecer outra fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”;
  • Alemanha: por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse que “os resultados eleitorais anunciados não são suficientes para dissipar as dúvidas sobre a contagem dos votos” e pediu a publicação dos resultados detalhados de todas as seções eleitorais e o acesso a todos os documentos de votação e eleitorais para a oposição e os observadores internacionais;
  • Bruxelas – capital da Bélgica: Bruxelas pediu “total transparência” na contagem dos votos;
  • Chile: o presidente chileno, Gabriel Boric, declarou que os resultados anunciados são “difíceis de acreditar” e pediu que observadores internacionais não comprometidos com o governo confirmem os resultados. “Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, acrescentou;
  • Catar: o emir do Catar, Tamim bin Hamad al Thani, também felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição como presidente da Venezuela e manifestou a sua esperança em “fortalecer as relações com a Venezuela em todas as áreas”;
  • Colômbia: o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, pediu a “contagem total dos votos, sua verificação e uma auditoria independente” para “eliminar qualquer dúvida sobre os resultados”;
  • Costa Rica: o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, repudiou “categoricamente” a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana da Venezuela, que considerou “fraudulenta”;
  • Equador: o Equador também rejeitou a falta de transparência nas eleições, que “deslegitima e compromete o resultado do pleito”, segundo comunicado do governo. “Em toda a região, há políticos que tentam se agarrar ao poder e que pretendem tirar a paz dos nossos cidadãos. É a isso que enfrentamos, esse é o perigo da ditadura, e hoje somos testemunhas de como mais um deles tenta tirar a esperança de milhões de venezuelanos”, disse o presidente equatoriano Daniel Noboa;
  • Espanha: o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares, tamém solicitou a recontagem dos votos e acreascentou que “a calma e a civilidade devem ser mantidas”;
  • Estados Unidos: o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, demonstrou “grave preocupação” e pediu uma apuração “justa e transparente” dos votos. “Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Pedimos às autoridades eleitorais que publiquem a contagem detalhada dos votos para garantir a transparência”, disse;
  • Guatemala: “A Venezuela merece resultados transparentes, precisos e que correspondam à vontade do seu povo”, escreveu na rede social X o presidente da Guatemala, o social-democrata Bernardo Arévalo, que também disse ter recebido a apuração “com muitas dúvidas”;
  • Itália: “Tenho muitas dúvidas sobre o desenvolvimento regular das eleições na Venezuela”, afirmou o chanceler italiano, Antonio Tajani, que também exigiu “resultados que possam ser verificados”;
  • Panamá: o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, afirma que o país se junta à rejeição generalizada em relação ao resultado eleitoral. “Esperávamos que a vontade popular fosse respeitada, e essa situação foi desconsiderada. Agiremos individual e coletivamente em favor da democracia venezuelana. Anunciaremos as medidas que tomaremos de acordo com as regras interamericanas nas próximas horas”, afirmou Mulino;
  • Peru: o chanceler peruano, Javier González-Olaechea, anunciou que convocará o embaixador do Peru na Venezuela para consultas diante do “grave anúncio oficial das autoridades eleitorais venezuelanas”;
  • Reino Unido: o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido afirmou, através de nota, que o país está preocupado com as alegações de irregularidades nos resultados das eleições. “Pedimos a publicação rápida e transparente dos resultados completos e detalhados para garantir que o resultado reflita os votos do povo venezuelano”, publicou na rede social X;
  • União Europeia: já o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, pediu que a Venezuela garanta “total transparência no processo eleitoral, incluindo a apuração detalhada dos votos e o acesso às atas de votação”;
  • Uruguai: por fim, o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, afirmou que “não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma e nos mecanismos utilizados para chegar a esse feito”.

Quem apoiou?

  • Bolívia: o presidente da Bolívia, Luis Arce, saudou que “a vontade do povo venezuelano tenha sido respeitada nas urnas”, ao mesmo tempo que ratificou a “vontade de continuar fortalecendo os laços de amizade”;
  • China: a China, que mantém vínculos próximos com a Venezuela, felicitou o presidente por sua reeleição e afirmou que está “disposta a enriquecer a associação estratégica” com o país latino-americano, informou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores;
  • Cuba: “Hoje triunfou a dignidade e o valor do povo venezuelano sobre pressões e manipulações”, postou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, na rede X. A Maduro “nossa homenagem e saudação, em honra, glória e por mais vitórias”, parabenizou o presidente Daniel Ortega, que enviou “nosso abraço eterno”;
  • Honduras: a presidente de Honduras, Xiomara Castro, parabenizou Maduro por “seu triunfo inquestionável, que reafirma sua soberania e o legado histórico do comandante” Hugo Chávez, que escolheu Nicolás Maduro como sucessor;
  • Irã: O Irã celebrou Nicolás Maduro pela sua reeleição como presidente da Venezuela e o povo venezuelano pela “realização bem sucedida” das eleições presidenciais, apesar de “algumas ameaças”. “Parabenizamos o povo e o governo da Venezuela pela realização bem-sucedida das eleições presidenciais neste país, bem como o presidente eleito do povo venezuelano”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Naser Kananí, no X;
  • Nicarágua: “Em plena fraternidade revolucionária e evolucionária, a Nicarágua bendita e sempre livre, nosso abraço de sempre, saudando a grande vitória que esse povo heroico entrega ao Comandante Eterno, no seu aniversário. A Nicolás, à juventude e a todas as famílias venezuelanas, nossa homenagem e saudação, em honra, glória e por mais vitórias”, disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, em nota;
  • Rússia: Vladimir Putin enviou uma mensagem a Maduro, nesta segunda-feira (29/7), o parabenizando pela vitória. “Estamos desenvolvendo relações em todas as áreas, incluindo áreas sensíveis”, informou o comunicado divulgado pelo Kremlin.

E o Brasil?

Deve ocorrer, ainda nesta segunda, uma conversa entre Celso Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial do presidente da República do Brasil para assuntos internacionais, e as equipes de Nicolás Maduro e Edmundo González. Com troca de acusações e resultado incerto, o Brasil ainda não se posicionou oficialmente sobre a apuração da disputa.

Amorim acompanhou o pleito diretamente da Venezuela e havia se posicionado no domingo (28/7), afirmando esperar que os resultados finais das eleições na Venezuela fossem “respeitados por todos os candidatos”. O diplomata brasileiro foi enviado ao país após algumas farpas trocadas entre o governo brasileiro e o governo venezuelano.

Em comício realizado na quarta-feira (17/7), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alertou que o país poderia enfrentar um cenário de “banho de sangue” e “guerra civil”, caso ele não fosse reeleito no pleito. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alegou que Maduro deveria respeitar os resultados das eleições e afirmou que ficou assustado com a promessa de “banho de sangue”.

Como resposta, Nicolás Maduro disse que Lula deveria “tomar um chá de camomila”.

Com informações do RFI, parceiro do Metrópoles.

 

 

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