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Russos vão às urnas com vitória de Putin praticamente sacramentada

As eleições iniciaram na sexta-feira (15/3) e terminarão no domingo (17/3) e devem garantir a Vladimir Putin o 5º mandato

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A eleição presidencial russa começou na sexta-feira (15/3) e terminará no domingo (17/3). De acordo com as pesquisas feitas no país, os concorrentes de Vladimir Putin terão, no máximo, 5% dos votos, o quê levará ao quinto mandato presidencial o atual líder da Rússia, garantindo mais 5 anos de poder a ele. O país não possui uma oposição independente e atuante.

Estão aptos a votar 114,2 milhões de eleitores, segundo a Comissão Eleitoral Central, sendo que 1,9 milhão dos votos virão das regiões ocupadas na Ucrânia e na península ucraniana da Crimeia.

Analistas políticos apontam que a ampliação no prazo das eleições somados à estreia da votação online, em 29 regiões do país, são potenciais instrumentos de manipulação dos resultados, pois aumentam o risco de controle pelo Serviço Federal de Segurança (FSB) administrado por Vladimir Putin.

Os únicos concorrente de Vladimir Putin nessas eleições são Nikolai Kharitonov, do Partido Comunista, Leonid Slutsky, do Partido Liberal Democrata e Vladistav Davankov, do Novo Partido Popular, todos autorizados pelo próprio presidente por serem “amigáveis” ao Kremlin.

Oposição

O principal líder da oposição russa, Alexei Navalny, morreu no dia 16 de fevereiro de forma repentina em uma prisão do país no Ártico, onde cumpria 19 anos de pena por “extremismo político”. Navalny tentou concorrer contra Putin em 2018, mas não teve a candidatura validada.

Outro opositor de Putin, Boris Nadezhdin teve a candidatura proibida pela Comissão Eleitoral Central e pelo Supremo Tribunal da Rússia por supostas irregularidades processuais. Boris tem feito duras críticas à guerra na Ucrânia.

Além de  Nadezhdin, cerca de outros 30 candidatos tiveram a candidatura rejeitada pelas autoridades eleitorais.

A viúva de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, desde a morte de seu marido, tem se colocado com uma forte voz da oposição, realizando apelo a todos os russos para que votem em qualquer nome que não seja Putin ou para que escrevam Navalny em letras grandes no voto. “Você pode estragar a cédula”, disse Yulia Navalnaya.

O Parlamento russo, controlado por Putin, vem tomando uma série de medidas que restringem a liberdade de expressão. Com a maioria dos meios de comunicação independente fechados, qualquer pessoa que critique a invasão da Russa à Ucrânia pode ser presa e condenada a 15 anos, caso o governo considere como uma “informação deliberadamente falsa”.

Candidatura de Putin

Na última eleição presidencial, Putin venceu no primeiro turno com 77% dos votos, com uma participação popular de 67,54%. Segundo observadores e eleitores, as eleições de 2018  tiveram violações democráticas claras, com votação forçada e violação de urnas para colocar mais votos pró-Putin.

Os observadores também apontam que as eleições de agora podem ser analisadas como uma forma de plebiscito interno para validar à invasão da Ucrânia. Putin afirma que apesar dos altos gastos, a despesa social não sofrerá reduções.

Mesmo com a ampliação de gastos com a guerra e com as sanções de países europeus e dos Estados Unidos, a economia russa está em aparente boa em forma, com baixa no desemprego e na pobreza.

O principal desafio de Putin, agora, é convencer os eleitores a irem votar, pois o país presume que o resultado já está definido. Para contornar a situação, as autoridades russas estão tomando medidas para garantir que as eleições presidenciais pareçam mais legítimas possível, segundo o site de notícias independente sediado na Letônia Meduza.

Caso Vladimir Putin vença, ele completará 30 anos no controle do país.

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