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Russos afirmam ter conquistado cidade portuária de Mariupol

Combatentes ucranianos que ainda ficaram em Mariupol estariam em uma zona industrial cercada pelas forças russas

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Um veículo militar danificado é visto enquanto civis são evacuados ao longo de corredores humanitários da cidade ucraniana de Mariupol após fortes ataques russos- Metrópoles
1 de 1 Um veículo militar danificado é visto enquanto civis são evacuados ao longo de corredores humanitários da cidade ucraniana de Mariupol após fortes ataques russos- Metrópoles - Foto: Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

A Rússia anunciou ter conquistado a cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia, considerada estratégica pelos invasores. O relato foi feito pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, ao próprio presidente Vladimir Putin.

Segundo a agência Interfax, Shoigu afirmou que os militares ucranianos restantes estão na zona industrial da siderúrgica Azovstal, enquanto o restante da cidade está vazia. Por esse motivo, Putin proibiu as forças russas de invadir o local, mas ordenou que os caminhos para lá fossem bloqueados.

“Não há necessidade de escalar essas catacumbas e rastejar no subsolo por essas instalações industriais. Bloqueie a zona industrial para que nem mesmo uma mosca possa passar”, disse Putin ao ministro, de acordo com a Interfax. Nos bastidores, a estratégia consiste em defender as vidas dos militares russos, mas, na verdade, a resistência dos ucranianos fez com que os invasores desistissem.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Cerca de 2 mil combatentes ucranianos estariam na usina. Shoigu ainda teria informado a Putin que a Rússia está tirando de Mariupol mais de 142 mil civis, enquanto 1.478 militares se entregaram.

Nenhuma outra fonte independente nem os próprios ucranianos se pronunciaram sobre o assunto.

Evacuação

A vice-primeira-ministra ucraniana e ministra da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados, Iryna Vereshchuk, afirmou que quatro ônibus de evacuação deixaram Mariupol na quarta-feira (20/4). Os civis passaram a noite em Berdyansk e estão a caminho de Zaporizhzhya.

“No que diz respeito a Mariupol, quatro ônibus de evacuação conseguiram sair da cidade pelo corredor humanitário de ontem. Eles passaram a noite em Berdyansk e agora estão indo para Vasylivka. Esperamos que cheguem a Zaporizhzhya em breve”, escreveu Vereshchuk na sua conta do Telegram, na manhã desta quinta-feira (21/4).

Também nesta quinta, os ucranianos tentam manter em segurança um corredor humanitário da região de Kherson.

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