Rússia suspende participação em tratado de controle nuclear com os EUA
Presidente Putin fez o anúncio nesta terça-feira (21/2). Rússia e Estados Unidos concentram 90% do arsenal nuclear mundial
atualizado
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O presidente Vladimir Putin anunciou, nesta terça-feira (21/2), que a Rússia suspendeu a participação no novo tratado Start, único acordo de controle nuclear remanescente entre Estados Unidos e Rússia. O texto limita os arsenais nucleares estratégicos de ambos os lados.
O chefe do Kremlin dedicou a maior parte do discurso de 1h45 no Parlamento russo para atacar as nações ocidentais e responsabilizá-las pela guerra com a Ucrânia. O conflito se arrasta para o marco de 1 ano, na próxima sexta-feira (24/2), sem perspectiva de paz.
“Nesse sentido, sou forçado a anunciar hoje que a Rússia está suspendendo sua participação no tratado estratégico de armas ofensivas”, disse Putin a parlamentares em pronunciamento emblemático.
O Tratado Start foi assinado na República Tcheca em 2010. Ele foi prorrogado até fevereiro de 2026, logo após a posse do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em 2021.
O acordo limita o número de armas nucleares estratégicas que os EUA e a Rússia podem produzir, bem como controla a implementação de mísseis e bombardeiros terrestres e submarinos para lançá-los.
Putin diz que EUA planejam testes de novas armas nucleares. “Se eles testarem, também iremos”.
Presidente russo determinou que Ministério da Defesa fique de prontidão para eventual reação aos testes americanos. “Não faremos primeiro”.
(Via: @SamPancher) pic.twitter.com/sPo4qe2QSg
— Metrópoles (@Metropoles) February 21, 2023
A Rússia, no entanto, não estava cumprindo a parte dela desde o ano passado. O tratado prevê 18 inspeções anuais nos estabelecimentos, realizadas por equipes de inspeção dos EUA e da Rússia. No entanto, a entrada de forças norte-americanas em território russo para o procedimento foi proibida.
O governo russo tem o maior estoque de armas nucleares do mundo, com cerca de 6 mil ogivas, segundo especialistas. Juntos, a Rússia e os Estados Unidos detêm cerca de 90% das armas nucleares do planeta — o suficiente para explodir o mundo inteiro, várias vezes.