Rússia suspende cooperação espacial com Estados Unidos e Alemanha
“Deixe-os voar em outra coisa, como suas vassouras, talvez”, disse Dmitry Rogozin, presidente da agência espacial russa (Roscosmos)
atualizado
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Em resposta às sanções, Dmitry Rogozin, presidente da agência espacial russa (Roscosmos), anunciou nesta quinta-feira (3/3) que não fornecerá mais motores de foguete para os Estados Unidos e congelou a cooperação com o centro aeroespacial da Alemanha.
“Em uma situação como essa, não podemos fornecer aos Estados Unidos o melhor foguete do mundo. Deixe-os voar em outra coisa, como suas vassouras, talvez”, afirmou Rogozin ao canal estatal russo Rússia24.
A Roscosmos também interromperá a manutenção de motores de foguetes que já havia entregue aos Estados Unidos.
De acordo com Rogozin, a Rússia entregou um total de 122 motores RD-180 para os norte-americanos desde a década de 1990, dos quais 98 foram usados para alimentar veículos lançadores Atlas.
Moscou também exigiu garantias da empresa britânica de satélites OneWeb de que seus satélites não seriam usados para fins militares. Os britânicos anunciaram que estavam suspendendo todos os lançamentos na base espacial de Cosmódromo de Baikonru, no Cazaquistão.
Rogozin disse que a Rússia agora vai se concentrar na criação de espaçonaves de propósito duplo, com base nas necessidades da Roscosmos e do Ministério da Defesa russo.
Guerra da Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia no último dia 24 de fevereiro, em meio a uma possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Contudo, como justificativa, Putin ordenou a ocupação das regiões separatistas de Donbass, no leste ucraniano. Em pronunciamento, o líder russo fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.
Nesta quinta, o conflito completa oito dias. Russos sitiaram Kiev e tentam tomar o poder. Hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches já foram alvos de bombardeios na Ucrânia. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana e próxima à fronteira com a Rússia, também se tornou alvo.
Estados Unidos e países europeus anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro para a Ucrânia, que resiste. Belarus, uma das maiores aliadas da Rússia, entrou no foco da comunidade internacional. O país teria feito ataques à Ucrânia e cedido a fronteira para a invasão russa.
A batalha chegou à cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.