Rússia sinaliza avanço em acordo de paz: “Estamos no meio do caminho”
A Rússia fez a primeira sinalização formal de cessar-fogo após mais uma rodada de negociações. Guerra chega ao 23º dia
atualizado
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A Rússia fez a primeira sinalização formal de que um acordo de cessar-fogo pode ocorrer em breve. A guerra, iniciada em 24 de fevereiro, tem deixado um rastro de destruição na Ucrânia.
Nesta sexta-feira (18/3), após mais uma rodada de negociações, o representante do governo russo, Vladimir Medinsky, admitiu que o possível pacto de paz está “no meio do caminho”.
Questões sobre a neutralidade da Ucrânia e a exigência de que o país invadido não ingresse na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) são as que estão mais alinhadas com a Rússia.
A autoridade russa disse ainda as duas nações discutem detalhes sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, caso ela desista de entrar na entidade militar coordenada pelos Estados Unidos, e a desmilitarização do país.
Armas químicas
A sinalização ocorre em meio a graves denúncias sobre a produção e o uso de armas químicas na guerra. A Rússia desmentiu a Organização das Nações Unidas (ONU) e acusou os Estados Unidos de financiarem o desenvolvimento desse tipo de arsenal.
Nesta sexta-feira (18/3), o Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter emergencial. O encontro ocorre em meio à escalada dos bombardeios na Ucrânia.
O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, acusou os Estados Unidos de violarem a convenção sobre armas biológicas na Ucrânia.
Nebenzya foi categórico: disse que agentes americanos colaboravam em testes de armas biológicas na Ucrânia. “Os Estados Unidos faziam um uso cínico do território ucraniano para pesquisas perigosas”, afirmou.
Os Estados Unidos e embaixadores da ONU têm afirmado que, além de produzir informações falsas a fim de justificar a invasão militar na Ucrânia, a Rússia produz e planeja manejar armas biológicas.
Já o representante russo criticou o fato de que o apoio oferecido pelos Estados Unidos à Ucrânia concentra-se, sobretudo, na área de defesa.
Durante a sessão, os representantes do Brasil e da China endossaram a condenação desse tipo de armamento e falaram sobre as consequências dessas ações.
Nesta semana, o Ministério da Defesa da Rússia, sem fornecer evidências, acusou o governo ucraniano de planejar um ataque químico contra o próprio povo para responsabilizar Moscou por adotar armas químicas no conflito com a Ucrânia, que dura três semanas.
Alertas
A ONU e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) têm feito alertas para o possível uso de armas nucleares na guerra da Ucrânia. A entidade acusa a Rússia de “aumentar o nível de alerta” para forças nucleares.
Serviços de inteligência do Reino Unido acusam a Rússia de planejar esse tipo de ataque. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou, no início do mês, que o Exército russo teria à disposição esse tipo de artefato para atacar em breve.
“Todos nós devemos estar atentos para a possibilidade de que a Rússia use armas químicas ou biológicas na Ucrânia, ou crie uma operação de bandeira falsa usando-as. É um padrão claro”, salientou.
Guerra
A Ucrânia e o mundo assistem atônitos ao rastro de destruição que os bombardeios russos têm provocado. A intensidade dos ataques está em uma escalada assombrosa. Hospitais, escolas, casas e até abrigos estão na mira das tropas. Russos e ucranianos negociam um cessar-fogo.
Todo o país está devastado, e ao menos quatro grandes cidades ucranianas estão em colapso. Faltam água, luz, aquecimento, comunicação (internet e telefone) e comida.
Enfrentam a situação mais dramática Kiev, capital e coração do poder; Kharkiv, a segunda maior cidade do país; Mariupol, que está sitiada há 10 dias e tem vivido ataques maciços; e Kherson, onde russos alegam ter tomado o poder.