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Rússia sinaliza avanço em acordo de paz: “Estamos no meio do caminho”

A Rússia fez a primeira sinalização formal de cessar-fogo após mais uma rodada de negociações. Guerra chega ao 23º dia

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Participantes protestam contra a guerra na Ucrânia com uma placa com a inscrição "Paz" no memorial aos soldados soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial em frente a um tanque soviético T34
1 de 1 Participantes protestam contra a guerra na Ucrânia com uma placa com a inscrição "Paz" no memorial aos soldados soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial em frente a um tanque soviético T34 - Foto: Kay Nietfeld/picture aliança via Getty Images

A Rússia fez a primeira sinalização formal de que um acordo de cessar-fogo pode ocorrer em breve. A guerra, iniciada em 24 de fevereiro, tem deixado um rastro de destruição na Ucrânia.

Nesta sexta-feira (18/3), após mais uma rodada de negociações, o representante do governo russo, Vladimir Medinsky, admitiu que o possível pacto de paz está “no meio do caminho”.

Questões sobre a neutralidade da Ucrânia e a exigência de que o país invadido não ingresse na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) são as que estão mais alinhadas com a Rússia.

A autoridade russa disse ainda as duas nações discutem detalhes sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, caso ela desista de entrar na entidade militar coordenada pelos Estados Unidos, e a desmilitarização do país.

Armas químicas

A sinalização ocorre em meio a graves denúncias sobre a produção e o uso de armas químicas na guerra. A Rússia desmentiu a Organização das Nações Unidas (ONU) e acusou os Estados Unidos de financiarem o desenvolvimento desse tipo de arsenal.

Nesta sexta-feira (18/3), o Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter emergencial. O encontro ocorre em meio à escalada dos bombardeios na Ucrânia.

O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, acusou os Estados Unidos de violarem a convenção sobre armas biológicas na Ucrânia.

Nebenzya foi categórico: disse que agentes americanos colaboravam em testes de armas biológicas na Ucrânia. “Os Estados Unidos faziam um uso cínico do território ucraniano para pesquisas perigosas”, afirmou.

Os Estados Unidos e embaixadores da ONU têm afirmado que, além de produzir informações falsas a fim de justificar a invasão militar na Ucrânia, a Rússia produz e planeja manejar armas biológicas.

Já o representante russo criticou o fato de que o apoio oferecido pelos Estados Unidos à Ucrânia concentra-se, sobretudo, na área de defesa.

Durante a sessão, os representantes do Brasil e da China endossaram a condenação desse tipo de armamento e falaram sobre as consequências dessas ações.

Nesta semana, o Ministério da Defesa da Rússia, sem fornecer evidências, acusou o governo ucraniano de planejar um ataque químico contra o próprio povo para responsabilizar Moscou por adotar armas químicas no conflito com a Ucrânia, que dura três semanas.

Alertas

A ONU e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) têm feito alertas para o possível uso de armas nucleares na guerra da Ucrânia. A entidade acusa a Rússia de “aumentar o nível de alerta” para forças nucleares.

Serviços de inteligência do Reino Unido acusam a Rússia de planejar esse tipo de ataque. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou, no início do mês, que o Exército russo teria à disposição esse tipo de artefato para atacar em breve.

“Todos nós devemos estar atentos para a possibilidade de que a Rússia use armas químicas ou biológicas na Ucrânia, ou crie uma operação de bandeira falsa usando-as. É um padrão claro”, salientou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Guerra

A Ucrânia e o mundo assistem atônitos ao rastro de destruição que os bombardeios russos têm provocado. A intensidade dos ataques está em uma escalada assombrosa. Hospitais, escolas, casas e até abrigos estão na mira das tropas. Russos e ucranianos negociam um cessar-fogo.

Todo o país está devastado, e ao menos quatro grandes cidades ucranianas estão em colapso. Faltam água, luz, aquecimento, comunicação (internet e telefone) e comida.

Enfrentam a situação mais dramática Kiev, capital e coração do poder; Kharkiv, a segunda maior cidade do país; Mariupol, que está sitiada há 10 dias e tem vivido ataques maciços; e Kherson, onde russos alegam ter tomado o poder.

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