Rússia retira diplomatas na Ucrânia “para proteger suas vidas”
Tensão entre Rússia e Ucrânia se intensificou nesta terça e Estados Unidos já tratam a situação como “invasão militar”
atualizado
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Nesta terça-feira (22/2), no momento em que tropas russas já ocupam regiões ao leste da Ucrânia que tiveram a independência reconhecida pelo presidente Vladimir Putin no dia anterior, o Ministério das Relações Exteriores russo informou que está evacuando os últimos diplomatas em serviço no país vizinho.
Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência e até serem mortos diante do aumento da tensão militar entre os dois países.
“Desde 2014, a Embaixada da Rússia em Kiev e os Consulados Gerais de nosso país em Odessa, Lviv e Kharkiv foram submetidos a repetidos ataques”, informou a chancelaria russa, em comunicado.
“Foram feitas regularmente provocações contra o Centro Russo de Ciência e Cultura em Kiev, danos à saúde de seu chefe e danos também à propriedades do Centro. Diplomatas russos também se tornaram objetos de ações agressivas. Eles receberam ameaças de violência física. Seus veículos foram incendiados. Contrariamente às suas obrigações sob as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares, as autoridades de Kiev não reagiram ao que estava acontecendo”, diz ainda o comunicado.
Nesta terça, agências internacionais registram um protesto pacífico de ucranianos em frente à embaixada russa em Kiev, na Ucrânia (imagem em destaque).
Ucrânia pede armas e recursos
Também nesta terça, após a Rússia iniciar o envio de tanques e soldados para regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste do país, o governo ucraniano pediu mais armas aos países ocidentais aliados.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia.
“Nesta manhã, enviei uma carta ao secretário britânico das Relações Exteriores pedindo armas defensivas adicionais para a Ucrânia. Com a mesma pergunta, vou me dirigir aos meus interlocutores nos Estados Unidos”, afirmou.
Até agora, porém, a União Europeia só respondeu à agressão russa com ameaças de sanções econômicas. Além disso, a Alemanha informou que não vai colocar em funcionamento um novo gasoduto construído entre o país e a Rússia.