Rússia rebate crítica de Biden a Putin: “Inaceitável e imperdoável”
Presidente dos EUA chamou presidente russo de “criminoso de guerra”
atualizado
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O Kremlin, sede do governo russo, reagiu com veemência à crítica do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e disse que é “inaceitável” o chefe da Casa Branca chamar o líder russo, Vladimir Putin, de “criminoso de guerra”.
O imbróglio começou na tarde desta quarta-feira (16/3), após Biden anunciar ajuda financeira e militar para o governo ucraniano. O presidente norte-americano foi questionado por repórteres, na Casa Branca, em Washington, sobre os desdobramentos da guerra e o comportamento de Putin.
“Ele é um criminoso de guerra”, esbravejou.
O Kremlin reagiu logo depois. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, respondeu ao comentário do presidente americano e disse que é “inaceitável” e de uma “retórica imperdoável” as declarações, segundo reportagem da agência de notícias russa TASS.
Críticas
Biden disse que não está vendo a Rússia tomar nenhuma ação para diminuir os ataques. “Putin quer a devastação da Ucrânia. Ele está bombardeando hospitais, escolas… É muito triste. Os russos estavam mantendo pacientes e médicos reféns em Mariupol”, lamentou o chefe da Casa Branca.
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Na terça-feira (15/3), Biden sancionou um projeto de lei que destina US$ 13,6 bilhões ao governo ucraniano. Esse é mais um repasse para fortalecer a defesa do país, que vive um invasão russa desde 24 de fevereiro.
“Estamos mandando suprimentos para áreas afetadas”, declarou o norte-americano na ocasião.
Discurso de Zelensky
Horas antes, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um discurso emblemático e em tom de ultimato na sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos. O chefe do país que vem sendo atacado pela Rússia desde 24 de fevereiro voltou a pedir apoio internacional. Também avisou que a investida do presidente russo, Vladimir Putin, está cada vez mais violenta.
O pronunciamento, exibido nesta quarta-feira ao vivo, Zelensky detalhou o sofrimento da população ucraniana e repetiu que se o conflito não tiver um cessar-fogo, o mundo estará em risco. “Nunca pensamos em desistir de defender a Ucrânia”, frisou. O mandatário ucraniano defendeu a criação de uma “união de países que parem conflitos rapidamente”.
A Ucrânia viveu mais uma madrugada de ataques massivos. “É uma ofensa brutal aos nossos valores humanos básicos. Tanques contra a liberdade de escolhermos o nosso futuro”, criticou.
Na fala, Zelensky citou o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 e o comparou com o ataque a Pearl Harbour, que foi usado como motivação para os Estados Unidos entrarem na 2ª Guerra Mundial. “Estamos vivendo isso todas as noites há três semanas em todas as cidades. A Rússia transformou o céu da Ucrânia em uma fonte de mortes. Eles já dispararam mil mísseis contra a Ucrânia”, frisou.
Ele voltou a pedir uma zona de exclusão aérea da Ucrânia. A medida proíbe a circulação de a qualquer aeronave de voar na região e permite o abatimento, em caso de desrespeito.
Zelensky agradeceu as sanções econômicas e a ajuda militar, financeira e humanitária. “Os Estados Unidos nos ajudaram a deter o agressor. Precisamos de mais restrições até que a máquina russa pare”, recomendou ao pedir que todos os políticos russos sofram sanções. Ele ainda pediu que todas as empresas norte-americanas saiam da Rússia.
É raro um líder de uma nação discursar em uma sessão conjunta do Congresso norte-americano. Antes, Kamehameha, o rei do Havaí, e o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill fizeram declarações, por exemplo.