1 de 1 Imagem ilustrativa de mapa da Eurásia, mostrando Rússia e Ucrânia com alfinetes jogados por cima - Metrópoles
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O embaixador norte-americano na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Michael Carpenter, afirmou, nesta segunda-feira (2/5), que os Estados Unidos têm relatórios de inteligência “altamente confiáveis” de que a Rússia tentará anexar as regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk. Os locais são ocupados por separatistas, e se autoproclamaram independentes pouco antes do início da invasão russa da Ucrânia.
“Os relatórios afirmam que a Rússia tem planos de arquitetar referendos sobre a adesão à Rússia em meados de maio, e que Moscou está considerando um plano semelhante para Kherson”, disse Carpenter, em uma entrevista coletiva no Departamento de Estado.
Segundo o embaixador, a suspeita é de que o Kremlin realizará eleições “falsas” nos territórios separatistas em meados deste mês de maio, para assumir formalmente o controle nas regiões. Uma votação semelhante deve acontecer em Kherson, local ao sul da Ucrânia.
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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Carpenter não especificou a origem do alerta, mas garantiu que “saiu direto da cartilha do Kremlin”. Em 2014, a Rússia anexou a Península da Crimeia ao seu território, após uma votação considerada fraudulenta mostrar que 97% da população aprovaram a separação da Ucrânia.
Ele disse que não era certo que a Rússia acabaria por anexar qualquer uma das regiões, muito menos ter sucesso em fazê-lo, mas que esse era o plano que o governo americano tinha conhecimento.
Marionetes e representantes
O embaixador alegou também ser possível que o Kremlin tente tomar outras partes da Ucrânia, impondo “marionetes e representantes” nos governos locais. “Mais recentemente, também houve relatos de que as forças russas cortaram o acesso à internet e alguns telefones celulares nessas regiões, para desativar o fluxo de informações confiáveis”, disse.
Por fim, Carpenter ressaltou que o plano inicial russo em Kiev – instalar uma nova Constituição no país – não foi cumprido. Assim, Moscou passou a ter a intenção de impor seu currículo escolar, sua moeda e sua liderança local.
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