1 de 1 Bombeiros trabalham removendo escombros na região de Borodyanka, em Kiev na Ucrânia
- Foto: Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images
A Rússia está pressionando a Ucrânia para aceitar a proposta do que seria um acordo de paz. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou que o país comandado por Volodymyr Zelensky está “derrapando” ao não aceitar a proposta.
Nesta sexta-feira (22/4), Lavrov pressionou publicamente o governo ucraniano para aceitar a proposta.
“Eles estão derrapando, pois uma proposta que apresentamos aos negociadores ucranianos há cinco dias, e que foi elaborada tendo em conta os comentários deles, continua sem resposta”, declarou, em conferência de imprensa em Moscou.
Lavrov emendou: “É muito estranho para mim ouvir todos os dias declarações, inclusive do presidente [ucraniano] e dos seus conselheiros, que dão a impressão de que não precisam destas negociações para nada”, reclamou.
O chefe da delegação negocial russa, Vladimir Medinski, confirmou que nesta sexta houve mais uma rodada de negociações, mas não fez nenhum tipo de anúncio.
O governo ucraniano tem dito repetidas vezes que as negociações com Moscou estão “extremamente difíceis”.
Nesta semana, a Rússia entregou uma proposta de acordo de paz à Ucrânia. O aceno, até então inédito, é a investida mais forte do Kremlin para pôr fim aos bombardeios, iniciados em 24 de fevereiro.
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro. Nesta sexta, a guerra completa 58 dias.
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após ao menos três ataques ucranianos contra o território russo. O país liderado por Putin, que havia prometido trégua a Kiev, voltou a bombardear a capital.
A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.
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