Rússia planeja execuções públicas de militares ucranianos, diz agência
Forças militares russas também estariam planejando forte repressão e controle violento de protestos contra o Kremlin
atualizado
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A agência de inteligência da Rússia, por intermédio do Serviço Federal de Segurança, teria elaborado planos para execuções públicas de militares ucranianos. A informação foi divulgada pela agência de notícias Bloomberg.
Segundo o veículo norte-americano, um oficial de inteligência europeu revelou que as execuções ocorreriam após as cidades ucranianas serem tomadas por completo.
O planejamento incluiria também o controle violento de multidões com detenção repressiva de organizadores de protestos contra o presidente Vladimir Putin.
A agência de notícia diz que a intenção russa é “quebrar o moral ucraniano”.
NEW: Russia’s intelligence agency, the Federal Security Service, has drafted plans for public executions in #Ukraine after cities are captured, per a European intelligence official
— Kitty Donaldson (@kitty_donaldson) March 3, 2022
Ataques intensificados
Putin ordenou que as tropas intensifiquem os bombardeios. Os ataques têm causado cada vez mais mortes e atingido grandes centros habitados.
Horas após a fala do líder russo, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, fez um pronunciamento transmitido ao vivo de Moscou. Ela criticou a aprovação de uma resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) e a forma como o Ocidente tem se comportado durante o conflito.
“O Exército ucraniano usa a comunidade pacífica como escudo”, acusou, sem apresentar detalhes. Para Zakharova, o mundo está praticando “xenofobia e intolerância” contra a Rússia.
A porta-voz repetiu o discurso de Putin e de outros integrantes do alto escalão do governo de que essa ação é uma defesa da segurança russa e que a intenção é “libertar os ucranianos do neonazismo”.
“O povo ucraniano foi transformado em instrumento do Ocidente. Denunciamos crimes cometidos por nacionalistas na Ucrânia”, salientou. “O que a mídia ocidental faz é um crime verdadeiro”, concluiu.
Ameaça nuclear
Pelo segundo dia consecutivo, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, citou um possível uso de armas nucleares. Agora, ele defendeu que “políticos ocidentais também considerarem uma guerra nuclear”.
“Todo o mundo sabe que uma terceira guerra mundial só pode ser nuclear, mas eu gostaria de chamar a atenção que está na cabeça dos políticos ocidentais a ideia de uma guerra nuclear, não na cabeça dos russos”, afirmou Lavrov em uma entrevista coletiva em Moscou.
Na quarta-feira (2/3), em entrevista à TV Al Jazeera, canal transmitido no Catar, o chefe da diplomacia russa comentou o que seria um conflito dessa proporção. “A terceira guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora”, disse o diplomata russo.
Putin reuniu-se, no domingo (27/2), com os ministros da Defesa, Serguei Choigu, e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin. No encontro, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”, conforme divulgado pela agência de notícias russa Tass.
Ataques e negociação
Os novos ataques do Exército ocorrem a poucas horas de nova rodada de negociações entre Ucrânia e Rússia para eventual cessar-fogo e retirada das tropas russas. A conversa ocorrerá em Brest, em Belarus.
Na noite de quarta-feira, o Ministério da Defesa ucraniano informou a morte de seis pessoas, entre elas duas crianças. O ataque a Izium, na região de Kharkiv, teria começado às 23h59 (horário da Ucrânia).
Além de Kiev, capital ucraniana e coração do governo, Chemihiv, Ivankiv, Zhytomyr, Lviv, Chemowitz, Kherson, Odessa, Mykolaiv, Kamianske, Dnipro, Kharkiv, Mariupol, Belgorod, Boryspil e Chernobyl estão sob a mira dos russos.
Segundo os serviços de saúde ucraniano, só em Kharkiv pelo menos 34 civis morreram nas últimas 24 horas.
Os russos sitiaram Kiev, capital ucraniana e centro do governo nacional. O Exército diz ter dominado Kherson durante a madrugada dessa quarta-feira. Um único ataque matou 21 pessoas em Kharkiv.