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Rússia acusa empresa misteriosa dos EUA de enviar mercenários a Kursk

Rússia diz que a Forward Observation Group (FOG) enviou mercenários para Kursk, mas empresa dos EUA se vende como “boutique” militar

atualizado

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Imagem colorida mostra três homens vestidos com roupas militares - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra três homens vestidos com roupas militares - Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

A crescente tensão entre Rússia e Estados Unidos ganhou um novo capítulo após a invasão ucraniana em Kursk. Segundo Moscou, mercenários norte-americanos ajudaram na ofensiva, que teve início no último dia 6 de agosto. Uma publicação de uma empresa dos EUA no Instagram foi o estopim para a acusação.

Em 15 de agosto, o Forward Observation Group (FOG) publicou uma foto na rede social onde três combatentes aparecem equipados com roupas militares e armamentos pesados. A cidade russa, alvo da ofensiva ucraniana, foi marcada como a geolocalização do post.

“Os garotos em Kursk”, escreveu empresa na legenda da foto.

Captura de tela mostra publicação no Instagram com homens vestidos de roupas militares - Metrópoles

Forward Observation Group (FOG)

Fundada por Derrick Bales, um ex-soldado de infantaria do exército dos EUA que se tornou influenciador de guerra, o ramo de atividade da FOG, é cercado de mistérios e obscurantismo.

No site oficial, a empresa se vende como uma “boutique de consultoria em segurança e formação tática”, mas não detalha quais serviços oferece.

Sem muitas informações, a página se limita a venda de dois itens: uma bandeira e um patch com o logo de uma empresa militar dos EUA chamada Canoe Club.

No entanto, relatos da própria mídia norte-americana levantam suspeitas sobre as reais atividades da FOG, que tem registros de pessoas ligadas à empresa no Leste Europeu desde a Batalha de Donbas. 

Na época, Derrick Bales fez uma série de publicações ao lado de um grupo da FOG no front de batalha. A Vice News questionou a presença do ex-soldado dos EUA na linha de frente do conflito. Bales, contudo, alegou que estava na região com o objetivo de documentar a guerra.

O Metrópoles procurou a FOG e questionou seu ramo de atividade, além da possível participação de combatentes ligados à empresa na invasão de Kursk. A companhia não retornou os contatos até a publicação da reportagem.

A rede estatal RIA Novosti também buscou contato com a empresa militar de Derrick Bales, que se negou a responder as perguntas sobre o possível envolvimento de combatentes ligados a FOG na ofensiva ucraniana.

“Com todo o respeito à liderança do Serviço de Segurança da Ucrânia, todas as perguntas devem ser dirigidas a eles. Não temos comentários”, disse a FOG à RIA na última segunda-feira (21/8).

Rússia diz que FOG é empresa mercenária

Mesmo não estando claro se a FOG é ou não uma empresa de segurança privada, como a Blackwater, o governo da Rússia usou a publicação como prova fiel da participação de mercenários norte-americanos na invasão à Kursk – e consequentemente do envolvimento direto dos EUA na guerra.

“A participação de uma empresa militar privada (PMC) americana ao lado das Forças Armadas da Ucrânia durante a invasão prova o envolvimento dos Estados Unidos como participantes direto no conflito”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em um comunicado na última terça-feira (20/8) se referindo ao FOG.

Além da foto dos três combatentes, Moscou se baseou em alegações de um soldado ucraniano capturado durante a batalha em Kursk.

Ruslan Poltoratsky teria afirmado, durante interrogatório, que mercenários estrangeiros falando inglês estavam na região durante o ataque.

“Quando cruzamos a fronteira com a Rússia, a princípio pensei que havia algum ruído de linha. Mas então eu distingui o que eles estavam dizendo. Estavam falando inglês, polonês, talvez até francês. Eu não entendi nada”, disse Poltoratsky em um depoimento divulgado pela mídia estatal russa.

Antes, o Kremlin já havia acusado os Estados Unidos, junto de Reino Unido e Polônia, de planejaram a invasão a Kursk junto com as forças da Ucrânia. 

Por meio da missão oficial do país na Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia ainda fez um alerta sobre o uso de armas dos EUA contra seu território.

“O uso de armas dos EUA em Kursk, na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar para nós é um ato de escalada e terá consequências sérias”, declarou Dmitry Polyansky, primeiro representante permanente adjunto da Rússia nas Nações Unidas.

Desde o início do conflito na Ucrânia, o governo de Vladimir Putin tem criticado o apoio de Washignton à Kiev. A situação escalou quando a administração de Joe Biden deu sinal verde para o uso de armas norte-americanas em ataques ucranianos contra o território da Rússia. 

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