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Rússia matou mais civis do que soldados, diz autoridade ucraniana

Segundo o relatório mais recente da ONU, 549 civis foram mortos. A Ucrânia, porém, não revela número de soldados que já morreram na guerra

atualizado

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Forças Armadas da Ucrânia/Divulgação
guerra na ucrânia, Kharkiv
1 de 1 guerra na ucrânia, Kharkiv - Foto: Forças Armadas da Ucrânia/Divulgação

O ministro de Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, afirmou, nesta quinta-feira (10/3), que tropas russas mataram mais civis do que soldados do exército ucraniano no que chamou de “guerra terrorista”.

Segundo o relatório mais recente da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quinta-feira, 549 civis foram mortos e 957, feridos, desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. A Ucrânia, contudo, não revela número de soldados que já morreram na guerra, para confirmar a informação do governo local.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Se acordo com a ONU, entretanto, esses números podem ser muito mais altos, pois, em meio ao agravamento do confronto, a cada dia as informações sobre vítimas demoram mais tempo para chegar às autoridades. Nas cidades de Volnovakha, Mariupol e Izium, por exemplo, há evidências de que o número de mortos é muito maior do que o registrado.

De acordo com a ONU, a maior parte das mortes civis foi causada por explosivos que atingem uma área extensa, como mísseis e ataques aéreos.

Avanço russo

Dois hospitais, sendo um infantil, foram bombardeados. As informações foram divulgadas pelo governo da Ucrânia no início da tarde desta quinta-feira (10/3) – 15º dia de invasão russa.

Além disso, as autoridades de segurança ucranianas voltaram a afirmar que a Rússia está desrespeitando a trégua em rotas de fuga humanitárias, os corredores verdes.

Antes da divulgação dos relatos, um encontro entre os chefes da diplomacia russa, Sergey Lavrov, e ucraniana, Dmytro Kuleba, terminou sem acordo de cessar-fogo.

Segundo a Ucrânia, em Zhytomyr, cidade de 260 mil habitantes, bombas caíram em dois hospitais, mas ninguém ficou ferido.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que, com o bombardeio ao hospital, a Rússia “passou dos limites”, e acusou Vladimir Putin de genocídio. A Rússia atribui os ataques aos soldados ucranianos.

Na quarta-feira (9/3), um ataque atingiu uma maternidade em Mariupol. Ao todo, 17 pessoas ficaram feridas e três morreram, sendo uma criança.

Corredores verdes

Também nesta quinta-feira, o Exército russo anunciou que criará rotas humanitárias para fuga da guerra, os chamados corredores verdes. Inicialmente, o processo começa por Kiev, capital e coração do poder ucraniano.

O Kremlin informou ainda que o Ministério da Defesa russo retirou mais de 187 mil pessoas de zonas perigosas sem a participação do governo ucraniano.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2,3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.

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