Rússia faz ataques maciços a usinas de energia da Ucrânia
Militares russos bombardeiam repetidamente usinas do país vizinho. Mais de 40 mísseis de cruzeiro e 40 drones teriam sido usados
atualizado
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Os militares russos atacaram mais uma vez a infraestrutura energética da Ucrânia, na madrugada dessa quinta-feira (11/4). De acordo com as autoridades ucranianas, as usinas de geração e distribuição de energia nas regiões de Kharkiv, Zaporíjia, Odessa, Lviv e na capital, Kiev, foram afetadas.
A maior produtora de eletricidade do país, a DTEK, anunciou no aplicativo de mensagens Telegram que duas de suas usinas térmicas foram danificadas. A empresa de energia tinha sido atingida pelos ataques aéreos mais pesados desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Bombardeio que, segundo a empresa, destruiu cerca de 80% da capacidade operacional disponível da operadora.
A empresa estatal de petróleo e gás Naftogaz relatou, também por meio do Telegram, ataques a duas instalações subterrâneas de armazenamento de gás, assegurando que esses depósitos continuam em operação.
Ao sul de Kiev, a usina termelétrica de Trypilje foi destruída, conforme informou a operadora estatal Zentrenerho à agência de notícias Interfax-Ucrânia. Um incêndio afetou a casa da turbina, interrompendo a geração de eletricidade.
“Esta madrugada, a área foi atacada maciçamente com drones e mísseis kamikaze”, escreveu o chefe da administração da região de Kiev, Ruslan Kravchenko, no Telegram. “O alerta aéreo durou mais de cinco horas”.
Na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, e arredores, pelo menos dez instalações de infraestrutura foram atacadas com mísseis, de acordo com o governador Oleh Synjehubov, da região homônima, localizada perto da fronteira russa. De acordo com os militares, pelo menos 200 mil pessoas sofreram corte de energia.
Mísseis hipersônicos Kinshal
De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia usou vários de seus mísseis hipersônicos ar-terra Kinschal. Dos 40 drones de combate Shahed projetados pelo Irã, 37 foram interceptados e destruídos, continuou o relatório.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, apelou mais uma vez a seus parceiros, após essa terceira onda de ataques a infraestruturas essenciais em um curto espaço de tempo, para que forneçam mais armas ao país, afirmando que mais de uma dúzia de usinas de energia foram destruídas ou paralisadas desde meados de março. “Precisamos de sistemas de defesa aérea e outras assistências de defesa, não apenas fechar os olhos e ter longas discussões”, escreveu o governante na rede social X.
Nova lei sobre mobilização
Enquanto isso, o Parlamento ucraniano em Kiev aprovou o polêmico projeto de lei sobre a mobilização das Forças Armadas. Com a lei, são elevadas as penalidades para quem recusa o serviço militar e acirradas as normas sobre recrutamento.
Além disso, todos os homens entre 18 e 60 anos aptos para o serviço militar agora são obrigados a levar consigo seus certificados de alistamento militar durante o atual período de vigor da lei marcial. O projeto precisa ser assinado por Zelenski.
Após mais de dois anos de guerra, o Exército ucraniano vem sofrendo perdas maciças. As Forças Armadas do país estão tendo dificuldades para recrutar mais soldados.
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