1 de 1 Pessoas evacuam a cidade de Irpin, a noroeste de Kiev, no dia 10 da guerra Rússia-Ucrânia em 5 de março de 2022
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Representantes da Rússia e da Ucrânia tentam, pela terceira vez, negociar um acordo de cessar-fogo na guerra no Leste Europeu. Segundo a agência de notícias russa Interfax, a reunião entre os negociadores começou pouco depois do meio-dia desta segunda-feira (7/3), pelo horário de Brasília.
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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Enquanto isso, líderes do Reino Unido, Canadá e Holanda anunciaram uma coalizão contra o presidente russo, Vladimir Putin. O plano é fazer, segundo os mandatários, com que a Rússia fracasse.
Em entrevista coletiva, transmitida ao vivo no início da tarde desta segunda-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, detalhou o plano, que terá apoio militar, financeiro e estratégico à Ucrânia. “O cerco se fecha cada vez mais contra Putin. Coalizão militar e econômica fará Putin perder”, frisou o premiê.
Johnson se reuniu nesta segunda-feira em seu escritório em Londres com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o da Holanda, Mark Rutte.
Um dos principais temas abordados no encontro foi a dependência da Europa do petróleo e gás russos. Os países tentam encontrar uma forma de diminuir a compra desses produtos da Rússia. Ao cogitarem novas sanções econômicas, os líderes falaram em “estrangular” a economia russa.
Sem indícios de que a guerra na Ucrânia terá um cessar-fogo, Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, anunciou ajuda de 500 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões) para a população do país invadido pela Rússia. Em breve pronunciamento transmitido ao vivo nesta segunda-feira (7/3), Borrell afirmou que a União Europeia está preocupado com o grande número de refugiados.
“[Preocupa] o fluxo de refugiados. Precisamos continuar trabalhando por um cessar-fogo que possa começar abrir caminho para negociações”, resumiu.
Os Estados Unidos também voltaram a defender a soberania dos territórios dos países. “Temos um compromisso ‘sacrossanto’ com a garantia do Artigo 5º da aliança militar ocidental”, garantiu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em visita a Lituânia, Letônia e Estônia por causa da guerra na Ucrânia.
O secretário de Estado disse que o governo americano também irá ajudar a mídia independente para reduzir a desinformação sobre o conflito. Além disso, sem detalhar como, afirmou que a cibersegurnaça será reforçada.
“Os países bálticos, muro da democracia, estão resistindo à maré de autocracia que Moscou tentar empurrar para cima da Europa”, finalizou.