Rússia e Ucrânia terão corredor humanitário. Não haverá cessar-fogo
Segunda reunião termina sem acordo de paz. Crise dos refugiados fez países negociarem “corredor humanitário”
atualizado
Compartilhar notícia
A reunião entre representantes russos e ucranianos terminou sem um acordo de cessar-fogo para o conflito que há oito dias deixa o mundo em alerta. Contudo, os países concordaram em criar rotas de fuga, chamadas de “corredores verdes” (ou “corredores humanitários”).
O encontro foi realizado no início da tarde desta quinta-feira (3/3), pelo horário de Brasília. Esta foi a segunda reunião entre as delegações. Inicialmente, a conversa aconteceria na quarta-feira (2/3), mas acabou adiada. O encontro ocorreu em Belarus, país acusado de facilitar a invasão russa e de executar ataques.
Na segunda-feira (28/2), delegações da Rússia e da Ucrânia fizeram a primeira rodada de conversas em Belarus, perto da fronteira com a Ucrânia. A reunião fracassou.
Um dos principais pontos da negociação é o estabelecimento de um armistício, ou seja, a suspensão temporária das hostilidades entre as tropas.
O único avanço na relação entre os países foi a criação de rotas de fuga para refugiados da guerra. As estimativas mais recentes mostram que um milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia. As nações concordaram em fazer uma rodada de negociações, ainda sem data para acontecer.
Antes do encontro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para a criação dessas rotas. O país vive o oitavo dia de guerra. Ele tem defendido que qualquer negociação deve ocorrer após o fim dos bombardeiros.
Na ocasião, Zelensky admitiu que muitos civis estão morrendo ao tentar fugir do país. “Precisamos de um corredor verde para as pessoas saírem de Kharkiv. Carros usados por ucranianos em fuga foram alvejados”, comentou.
Putin faz mais ameaças
A pressão internacional parece não surtir efeito. No momento em que representantes da Rússia e da Ucrânia negociavam um cessar-fogo, Putin reforçou as ameaças. “O pior da guerra ainda está por vir”, alertou.
Nesta quinta-feira (3/3), em pronunciamento transmitido ao vivo do Kremlin, sede do governo russo, Putin voltou a chamar os ucranianos de neonazistas e fez uma série de acusações.
“Os neonazistas usam civis como escudos e blindados em áreas residenciais”, iniciou. O líder russo completou. “Os nacionalistas não estão permitindo a retirada segura das pessoas”, disse, se referindo aos refugiados.
Putin ordenou que as tropas intensifiquem os bombardeios. Os ataques têm causado cada vez mais mortes e atingido grandes centros habitados.