1 de 1 ilustração de uma bomba de fragmentação
- Foto: Reprodução/ Free3D
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch, organizações não-governamentais que atuam na defesa dos direitos humanos, denunciaram a Rússia nesta segunda-feira (28/2) pelo uso de bombas de fragmentação na Ucrânia, o que é considerado crime de guerra.
Ao ser disparada, esse tipo de bomba libera projéteis menores, o que expande a área de dano. Consequentemente, o risco de mortes também aumenta. Além disso, alguns dos projéteis menores não explodem no momento, o que pode fazer deles minas antipessoais.
Na ocasião denunciada, um dos ataques teria ocorrido em uma área escolar de Okhtyrka, no nordeste da Ucrânia, gerando ao menos três mortes, incluindo a de uma criança.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
“O ataque parece ter sido lançado pelo Exército russo, que operava nas proximidades e que costuma usar bombas de fragmentação em zonas habitadas”, disse a secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard.
Callamard ainda afirmou que “nada justifica o uso de bombas de fragmentação em zonas habitadas, muito menos perto de uma escola”.
A ONG afirmou basear sua acusação em vídeos gravados por drones, que mostram o impacto de bombas de fragmentação em, no mínimo, sete pontos. De acordo com uma fonte local, também há 65 fotografias e um vídeo complementar que provam a veracidade da denúncia.
As bombas de fragmentação são proibidas desde 2010 por uma convenção internacional, que não teve assinatura da Rússia e nem da Ucrânia.
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