Rússia defende guerra na Ucrânia: “Reação contra o neonazismo”
Assim como ministro da Defesa, chanceler russo afirmou nesta terça que os conflitos são uma reação de defesa para a população ucraniana
atualizado
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, condenou o Ocidente e a Europa por interferirem nos ataques contra a Ucrânia. Nesta terça-feira (1/3), em pronunciamento transmitido ao vivo, Lavrov defendeu o que chamou de “direito de interesses” dos países.
O ministro rechaçou que a guerra seja efetivamente uma guerra e argumentou que a ação russa foi uma “reação contra o neonazismo”. No prisma do ministro, a Rússia está defendendo a população ucraniana que, segundo ele, estaria sofrendo com o governo do país desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia ao seu território e desencadeou os conflitos separatistas.
“Cada um deve ter o direito a ter seu próprios, valores, interesses e formação como país”, afirmou.
Alvo de um duro pacote de sanções econômicas impostas pela comunidade internacional, a Rússia assiste ao enfraquecimento de sua presença no mercado global e enfrenta problemas internos. Lavrov culpou a comunidade internacional. Na prática, a penalidades financeiras são as mais severas da história. “A filosofia arrogante do Ocidente tem que acabar”, reclamou.
A reação mais agressiva foi contra a Europa. “Ela perdeu o controle de tudo e tenta estabelecer seus próprios quesitos. Se coloca superior, como quem pode tudo contra todos”, finalizou.
Apesar de vários registros em vídeo, o ministro reafirmou que as tropas russas não estão atacando civis ou centros populosos. Para ele, o Ocidente está sendo “russofóbico” ao criticar os ataques.
Ministério da Defesa
Mais cedo, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, afirmou que as forças militares do país vão continuar na Ucrânia até que os objetivos sejam alcançados. Segundo ele, isso significa, antes de qualquer coisa, proteger a Rússia de “ameaças externas vindas do Ocidente”.
Shoigu repetir o que vem dizendo que os ataques desde o dia 24 de fevereiro são para “proteger a população de Donbas” e promover “a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia“, segundo ele. “Nossa prioridade é proteger a Federação Russa da ameaça militar criada por nações ocidentais, que estão tentando usar o povo ucraniano na luta contra nosso país”, apontou o ministro.
Na visão dele, a operação russa não ocupa totalmente a Ucrânia e que os territórios civis são poupados. “Todas as medidas estão sendo tomadas para proteger vidas e garantir a segurança da população civil”, assegurou Shoigu. “Por favor, note que os ataques são entregues exclusivamente a locais militares e apenas armas guiadas com precisão estão sendo usadas”, continuou.
Imagens de satélites mostram como as forças terrestres russas estão conseguindo avançar até a capital da Ucrânia. Nelas, é possível ver um enorme comboio de caminhões militares que se estende por pelo menos 27 quilômetros em Zdvyzhivka, noroeste de Kiev.
Segundo a empresa responsável pelas imagens, há centenas de blindados e tanques indo em direção a Kiev.
Veja as imagens:
Mesmo em meio a uma série de movimentações político-diplomáticas para forçar um cessar-fogo, as tropas russas não recuam e cada vez mais atacam cidades da Ucrânia. Tanques cercam Kiev, capital do país e coração do poder. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, sofreu um bombardeio que deixou mortos e feridos.
Imagens de satélite mostram que as forças terrestres russas estão indo em direção a Kiev. A estimativa é de que o comboio tem 27 quilômetros e é composto por centenas de tanques, blindados e outros veículos de guerra.
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Segundo informações de agências internacionais de notícias, há centenas de veículos cercando a cidade. A rota seria a região do aeroporto de Hostomel, a pouco mais de 30 quilômetros do centro da capital ucraniana.