Rússia cria “zona de ataque” em 10 cidades de norte a sul na Ucrânia
As tropas de Vladimir Putin criaram uma espécie de cinturão para atacar. O governo da Ucrânia disse que reforçou as posições defensivas
atualizado
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O Leste Europeu vive o recrudescimento dos ataques russos. As tropas de Vladimir Putin criaram uma espécie de cinturão de ataque entre Kharkiv, no norte, e Kherson, no sul e disparam mísseis contra ao menos 10 cidades ucranianas.
Os relatos dos últimos bombardeios mostram investidas militares em Kharkiv, Luhansk, Kramatorsk, Volnovakha, Zaporizhzhya, Mariupol, Berdyansk, Melitopol, Nova Kakhovkae e Kherson. A guerra completa, neste domingo (17/4), 53 dias.
O serviço de inteligência do Reino Unido divulgou um mapa com detalhes de ataques russos e criticou a atividade militar. “A invasão ilegal e não provocada da Ucrânia continua”, frisou em comunicado.
O governo russo admite que quer “dobrar ou talvez até triplicar” a presença do Exército russo na região separatista pró-Rússia de Donbass, onde os ataques estão ocorrendo.
Na última semana, a Rússia intensificou a ofensiva no sul e leste da Ucrânia. É uma resposta às acusações de Kiev de crimes de guerra.
O governo da Ucrânia disse que reforçou as posições defensivas na região. As autoridades de Kiev reforçam o apelo às populações civis para que abandonem o local.
Tensão
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após ao menos três ataques ucranianos contra o território russo. O país liderado por Putin, que havia prometido trégua a Kiev, voltou a bombardear a capital.
A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.
A Ucrânia viveu um sábado (16/4) sangrento. A represália russa matou ao menos cinco pessoas e deixou centenas de feridos. Os ataques se concentraram em Kiev, Lviv e Kharviv.
Sirenes de alerta, principal aviso de risco de bombardeio, foram acionadas em diversas cidades, entre elas Kiev, a capital, Lviv e Mykolayv.
Mariupol tomada
Sitiada há mais de 40 dias e sob fortes bombardeios, Mariupol se tornou o maior retrato da devastação que uma guerra pode causar.
O local, antes habitado por mais de 400 mil pessoas, agora se tornou uma cidade fantasma. A Rússia tomou o controle de todas as áreas urbanas ou do que sobrou delas.
Imagens de prédios em ruínas e ruas destruídas passaram a rodar — e assombrar — o mundo. Milhares de civis fugiram da cidade. Os que resistiram, vivem em condições desumanas.
Nas últimas 30 horas, Mariupol se tornou epicentro da crise na Ucrânia. A tensão cresceu de tal forma que até ameaça de matança de soldados foi feita.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista ao portal de notícias Ukrainska Pravda, classificou a situação na cidade como “muito difícil”. “Nossos soldados estão bloqueados, os feridos estão bloqueados. Há uma crise humanitária”, admitiu, nesse sábado (16/4).
O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, afirmou que apenas “alguns soldados ucranianos ainda estariam ocupando uma fábrica na periferia de Mariupol”.