Rússia condena sanções e chama reação internacional de “histeria”
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, criticou as restrições econômicas e prometeu “respostas”
atualizado
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O governo russo voltou a reclamar das sanções econômicas internacionais impostas como retaliação à invasão da Ucrânia. Uma representante do Kremlin chamou de “histeria” as reações.
Nesta sexta-feira (25/2), em pronunciamento transmitido ao vivo de Moscou, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia criticou as medidas.
“Essa histeria contra a Rússia nos obriga dizer algo a respeito. Somos vítima da cultura de cancelamento”, iniciou. Zakharova disse que o país vai responder, mas não adiantou o que seria.
A porta-voz disse que as sanções trouxeram problemas para a população russa que não está envolvida no conflito contra a Ucrânia.
Desde o início dos bombardeiro, na madrugada de quinta-feira (24/2), pelo horário de Brasília, o presidente russo, Vladimir Putin, já havia prometido “respostas” às sanções.
Estados Unidos, Alemanha, França, Austrália, Reino Unido e Japão, além da Comissão Europeia, já anunciaram restrições à Rússia.
Veja as restrições norte-americana:
- Limite à capacidade da Rússia de fazer negócios em dólares, libras, euros e ienes;
- bloqueio às empresas estatais da Rússia dos mercados de dívida;
- corte do maior banco da Rússia do sistema financeiro dos EUA;
- bloqueio de metade das importações de alta tecnologia da Rússia;
- congelamento de ativos da Rússia nos EUA.
Essa é uma tentativa de isolar o presidente Putin — ele ainda não foi penalizado diretamente pelas sanções — e, dessa forma, conter a crise político-diplomática que afeta o Leste Europeu.
Entre as medidas anunciadas, constam a proibição de viagens de políticos russos pelo bloco e o congelamento de seus bens.
As sanções atingem instituições financeiras, restringem o comércio das regiões separatistas da Ucrânia (Donetsk e Luhansk) com a União Europeia, paralisam o acesso a investimentos, e proíbem a exportação de bens e tecnologias.
Líderes da União Europeia se reúnem nesta sexta-feira para desenhar um novo pacote de medidas restritivas. Existe a possibilidade de o presidente russo ser penalizado.
Kiev sitiada
A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeios. Kiev, capital do país e coração do poder, está sitiada por militares. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, defendeu a ação militar e garantiu que os russos não pretendem recuar.
Nesta sexta-feira (25/2), agencias internacionais de notícias relataram que soldados russos já estão na cidade. As tropas fecharam um dos acessos à capital ucraniana. Disparos de mísseis foram ouvidos na cidade.
O prefeito da cidade de Kiev, Vitaly Klitschko, afirmou que o município entrou em uma fase defensiva.
O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que as forças russas cercaram Kiev pelo distrito de Obolon, distante poucos quilômetros do centro de Kiev. A informação foi divulgada pelo jornal americano The New York Times.
Autoridades municipais disseram que a cidade está em “fase de defesa” e recomendaram que os moradores “preparem coquetéis molotov” para deter os invasores.
O governo ucraniano alertou a comunidade internacional sobre o aumento da radiação nuclear radioativa na região de Chernobyl. O local está sob controle russo.”