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Rússia avança, cerca Kiev e três cidades sofrem ataques pela 1ª vez

Segundo o governo ucraniano, o serviço de inteligência descobriu que as tropas russas planejam “isolar” Kiev

atualizado

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Forças Armadas da Ucrânia/Divulgação
guerra na ucrânia, Kharkiv
1 de 1 guerra na ucrânia, Kharkiv - Foto: Forças Armadas da Ucrânia/Divulgação

As tropas russas avançam e fazem novos alvos. Pela primeira vez, as regiões ucranianas de Dnipro, Rivne e Ivano-Frankivsk foram bombardeadas.

Nesta sexta-feira (11/3), segundo informações de agências internacionais de notícias, os tanques do exército de Vladimir Putin rasgaram mais ruas da Ucrânia e da capital, Kiev.

Dnipro, quarta maior cidade do país, foi a mais afetada. O distrito de Novokodatsky foi alvo de três ataques aéreos.

Lutsk, a noroeste da Ucrânia, teve uma fábrica de conserto de aeronaves e um aeródromo incendiados. A cidade constava da lista de locais estratégicos a serem atacados pela Rússia.

O governo local confirmou que as explosões ocorreram perto do aeródromo e pediu que toda a população fuja para abrigos.

Em Ivano-Frankivsk, no oeste da Ucrânia, também se ouviram explosões nesta sexta-feira (11/3) — o 16º dia de confronto.

Nas últimas horas, tropas russas se aproximam de Kiev e dispararam contra áreas residenciais, mostram imagens de satélite.

Segundo o governo ucraniano, o serviço de inteligência descobriu que as tropas russas planejam “isolar” Kiev, capital e coração do poder do país. A inteligência do Reino Unido também fez afirmações do tipo. Tanques, de acordo com os russos, já estão no arredores da cidade.

Nesta sexta-feira, a encarregada de Direitos Humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, admitiu que em Mariupol, Volnovakha e Irpinnas, não é possível estimar quantas pessoas morreram desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.

O mundo em alerta

Após sucessivas trocas de acusações sobre a guerra, os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, adotaram discursos semelhantes nesta sexta. A inédita consonância de falas não é uma declaração de cessar-fogo, mas indica que os dois países tentam, ou pelo menos dizem tentar, entrar em um acordo de paz.

Em uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), os embaixadores discutem um suposto uso de armas químicas na guerra da Ucrânia.

Ao participar de um evento do Partido Democrata, na Filadélfia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mandou recados ao mandatário russo, Vladimir Putin. “Não queremos a Terceira Guerra Mundial. Se tocarem nos países da Otan, vamos responder”, frisou o líder norte-americano.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Otan é um grupo de 28 países criado após a Guerra Fria para fortalecer a defesa e a segurança de nações do Ocidente. O desejo da Ucrânia em fazer parte da entidade militar desencadeou o conflito no Leste Europeu.

Nesta sexta-feira, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris; o presidente francês, Emmanuel Macron; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, trataram da guerra e pediram cessar-fogo.

Mais sanções

Biden decretou novas sanções econômicas contra a Rússia. Agora, os norte-americanos não poderão comprar bebidas (como vodka), pescados (como o caviar) e pedras preciosas (como diamantes) russos. “A situação da economia russa piora a cada dia. A Bolsa de Valores vai colapsar quando abrir”, frisou Biden.

Os americanos já haviam proibido a compra de petróleo russo, o que desestabilizou o mercado internacional e foi considerada a sanção mais dura até da história.

Reino Unido e União Europeia também estudam mais penalidades, mas não fizeram anúncios formais.

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