Rússia avalia proposta de paz de Lula entre Moscou e Kiev
Declaração do vice-chanceler Mikhail Galuzin acontece na véspera da data em que o conflito na Ucrânia completa um ano
atualizado
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O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, afirmou que o país analisa a proposta de paz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no conflito da Ucrânia, que completa um ano nesta sexta-feira (24/2).
“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia”, afirmou o diplomata em entrevista à agência estatal russa Tass.
A declaração de Mikhail acontece semanas após Lula expressar interesse em mediar e estudar propostas de paz entre Rússia e Ucrânia. No início de fevereiro, o presidente brasileiro apresentou a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, a proposta de criar um grupo de países para negociar a paz entre Moscou e Kiev.
Falei ao presidente @POTUS o que já tinha dito ao presidente @EmmanuelMacron e ao chanceler @Bundeskanzler, sobre a necessidade de criarmos um grupo para trabalhar pela paz e o fim da guerra no mundo. É preciso parar de atirar, se não, não tem solução.
— Lula (@LulaOficial) February 10, 2023
Durante a entrevista, o diplomata russo elogiou o posicionamento da diplomacia brasileira diante do conflito e na Organização das Nações Unidas, e disse que o país liderado por Vladimir Putin busca examinar medidas de paz principalmente sobre a visão equilibrada do Brasil.
“Gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição a medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev”, disse.
Apesar de elogiar a tentativa de Lula de mediar uma negociação entre os dois países, o diplomata russo afirmou que uma das condições para que isso aconteça seria a rendição da Ucrânia.
“Se o Ocidente e Kiev quiserem se sentar à mesa de negociações, devem primeiro parar de bombardear as cidades russas e depor as armas. Depois disso, será possível conduzir uma discussão com base em novas realidades geopolíticas”, disse.
Nesta quinta-feira (23/2), a Assembleia Geral da ONU se prepara para votar uma resolução, com um trecho do Brasil, que pede uma paz “justa e duradoura” na Ucrânia, além da retirada imediata de tropas russas do país liderado por Volodymyr Zelensky.