Rússia atacou 202 escolas, 34 hospitais e 1,5 mil prédios residenciais
Conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, apresentou nesta segunda-feira (7/3) um balanço dos ataques russos desde a invasão
atualizado
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O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, apresentou, nesta segunda-feira (7/3), um balanço dos ataques russos desde a invasão militar, em 24 de fevereiro. Segundo o auxiliar de Volodymyr Zelensky, os bombardeios russos destruíram 202 escolas, 34 hospitais e mais de 1,5 mil edifícios residenciais.
Podolyak afirma, ainda, que mais de 900 comunidades na Ucrânia estão sem qualquer fornecimento de eletricidade, água e aquecimento. “Bárbaros do Século 21”, criticou. Segundo o Ministério da Energia, 646 mil pessoas em todo país não tem energia e que 130 mil estão sem gás.
Reunião
Representantes da Rússia e da Ucrânia tentam, pela terceira vez, negociar um acordo de cessar-fogo na guerra no Leste Europeu. Segundo a agência de notícias russa Interfax, a reunião entre os negociadores começou pouco depois do meio-dia desta segunda-feira, pelo horário de Brasília.
A reunião ocorre em meio ao desrespeito do acordo de criação de “corredores verdes”, que são rotas de fuga onde as tropas não deveriam fazer ataques.
Apoio militar
Líderes do Reino Unido, Canadá e Holanda anunciaram coalizão contra o presidente russo, Vladimir Putin. O plano é fazer, segundo os mandatários, com que a Rússia fracasse.
Em entrevista coletiva, transmitida ao vivo no início da tarde desta segunda-feira (7/3), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, detalhou a estratégia, que terá apoio militar e financeiro à Ucrânia. “O cerco se fecha cada vez mais contra Putin. Coalizão militar e econômica fará Putin perder”, frisou o premiê.
A declaração foi feita após Johnson se reunir, em seu escritório em Londres, com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o da Holanda, Mark Rutte.
Um dos principais temas abordados no encontro foi a dependência da Europa do petróleo e gás russos. Os países tentam encontrar uma forma de reduzir a demanda desses produtos da Rússia. Ao cogitarem novas sanções econômicas, os líderes falaram em “estrangular” a economia russa.
Mais violência, alerta russos
Em resposta, dois integrantes do alto escalão do governo russo alertaram que o envio de armas à Ucrânia causará “escalada catastrófica”. Segundo a agência de notícias russa Interfax, o ministro de relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, tratou do assunto nesta segunda-feira.
Soberania
Sem indícios de que a guerra na Ucrânia terá um cessar-fogo, Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, anunciou ajuda de 500 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões) para a população do país invadido pela Rússia. Em breve pronunciamento transmitido ao vivo nesta segunda-feira (7/3), Borrell afirmou que a União Europeia está preocupado com o grande número de refugiados.
“[Preocupa] o fluxo de refugiados. Precisamos continuar trabalhando por um cessar-fogo que possa começar abrir caminho para negociações”, resumiu.
Os Estados Unidos também voltaram a defender a soberania dos territórios dos países. “Temos um compromisso ‘sacrossanto’ com a garantia do Artigo 5º da aliança militar ocidental”, garantiu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em visita a Lituânia, Letônia e Estônia por causa da guerra na Ucrânia.
O secretário de Estado disse que o governo americano também irá ajudar a mídia independente para reduzir a desinformação sobre o conflito. Além disso, sem detalhar como, afirmou que a cibersegurnaça será reforçada.
“Os Países Bálticos, muro da democracia, estão resistindo à maré de autocracia que Moscou tentar empurrar para cima da Europa”, finalizou.
Crítica a Putin
Demonstrando extrema preocupação com os rumos da guerra, o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, fez um apelo à comunidade internacional para que todos os esforços sejam aplicados para conter o conflito.
Em um breve discurso nesta segunda (7), ele criticou o presidente russo, Vladimir Putin. “Ele não vai parar na Ucrânia”, frisou. O líder lituano defendeu que o mundo tem a obrigação de ajudar os ucranianos “por todos os meios disponíveis”.
Entenda
Tropas russas invadiram o território ucraniano em 24 de fevereiro. A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
O recrudescimento dos ataques, com mísseis, atentados contra usinas nucleares e bombardeios contra civis, fez a comunidade internacional impor sanções econômicas contra a Rússia.
Bancos do país comandado pelo presidente Vladimir Putin foram excluídos do sistema bancário global. Além disso, marcas e empresas suspenderam operações no país. O Banco Central e oligarcas russos, que são multimilionários, não podem realizar transações na Europa e nos Estados Unidos.
Além disso, a Rússia sofre pressão político-diplomática. Entidades como a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU) condenaram a invasão.