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Rússia ataca arredores de Kiev com drones “kamikaze”, diz Ucrânia

Representante do governo alertou para nova ofensiva com artilharia de origem iranaiana contra instalações de infraestrutura em Makariv

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O pessoal do serviço de emergência atende ao local de uma explosão em 10 de outubro de 2022 em Kyiv, Ucrânia. As explosões desta manhã, que ocorreram pouco depois das 8:00, hora local, foram os maiores ataques desse tipo na capital em meses
1 de 1 O pessoal do serviço de emergência atende ao local de uma explosão em 10 de outubro de 2022 em Kyiv, Ucrânia. As explosões desta manhã, que ocorreram pouco depois das 8:00, hora local, foram os maiores ataques desse tipo na capital em meses - Foto: Ed Ram/Getty Images

A Rússia lançou três drones “kamikaze” nos arredores de Kiev nesta quinta-feira (13/10), segundo informou o governo da Ucrânia. Forças militares do Kremlin teriam utilizado essas aeronaves não tripuladas, que se destroem ao serem lançadas contra alvos programados, nas últimas semanas, em resistência à contraofensiva ucraniana.

“Houve um bombardeio noturno de drones por invasores na comunidade Makariv”, afirmou Andriy Nebytov, chefe da polícia da região de Kyiv, no aplicativo de mensagens Telegram.

Os dispositivos teriam sido disparados contra instalações de infraestrutura na cidade, que fica a 55 km da capital ucraniana. Autoridades informaram que os disparos seguem um novo padrão da ofensiva russa – em uma tática para desestabilizar grandes centros e dificultar a atuação das tropas adversárias.

Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do gabinete presidencial de Volodymyr Zelenskiy, afirmou que o ataque noturno foi feito com drones do modelo Shahed-136, de fabricação iraniana. O governo do Irã, no entanto, nega ter fornecido o armamento a Moscou, que também não comentou a utilização desse tipo de equipamento.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Em pronunciamento nessa quarta-feira (12/10), o presidente da Ucrânia, Volodomyr Zelensky, ressaltou a importância de proteger os céus do território.

“Quanto mais audacioso e cruel o terror russo se torna, mais óbvio fica para o mundo que ajudar a Ucrânia a proteger nossos céus é uma das tarefas humanitárias mais importantes para a Europa no nosso tempo”, defendeu.

Escalada do conflito

O vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Venediktov, afirmou, em entrevista à agência Tass, que a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pode levar à Terceira Guerra Mundial. A autoridade diz que o pedido de Volodomyr Zelensky é somente “um movimento de propaganda” para criar ruído informativo e chamar a atenção para si mesmos mais uma vez.

“Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para a Terceira Guerra Mundial”, disse Venediktov. Como de praxe, ele também aproveitou para criticar o governo ucraniano, afirmando que muitos membros da alta cúpula “estão fora de contato com a realidade” e, por isso, não estranharia que alguém acreditasse realmente que é algo possível.

O pedido para a entrada imediata da Ucrânia na Otan foi feito por Kiev, mas o assunto está sendo debatido. Enquanto isso, a organização e o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) continuam fornecendo armas e equipamentos de defesa para os ucranianos. Esses envios aumentaram depois de novos ataques russos ao país, consequência da explosão que destruiu parte da ponte de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia.

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