1 de 1 De frente, Vladimir Putin fala em evento com fundo acinzentado atrás - Metrópoles
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A Rússia anunciou nesta sexta-feira (18/2) a retirada de mais tanques e de aviões bombardeiros da península da Crimeia, região que era território ucraniano, mas foi anexada pelos russos em 2014.
A decisão foi informada pelo Ministério da Defesa russo, em comunicado:
“Outro trem militar com soldados e material que pertence a unidades de tanques do exército do distrito militar do oeste retornou para suas bases permanentes.” As bases ficam na região de Nizhny Novgorod, a mais de mil quilômetros da Ucrânia.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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Na terça-feira (15/2), o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, anunciou a decisão de retorno dos soldados à base. O representante, no entanto, explicou que parte da tropa retirada simplesmente concluiu os treinamentos militares que estava fazendo ali e a outra parte permaneceria.
A retirada das tropas foi questionada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que continua monitorando as movimentações militares na região. O secretário-geral da aliança militar ocidental, Jens Stoltenberg, informou que vê a ação com “otimismo cauteloso”.
Os Estados Unidos disseram que a Rússia mobilizou mais de 100 mil soldados nas proximidades da fronteira com a Ucrânia, o que contradiz as alegações de Moscou sobre o recuo das tropas.
Na quinta-feira (17/2), segundo o The Washington Post, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse a repórteres que a ameaça de invasão da Rússia à Ucrânia continua “muito alta” e que o país pode estar criando uma desculpa para fazê-lo.
“Temos motivos para acreditar que eles estão envolvidos em uma operação de bandeira falsa para ter uma desculpa para entrar. Todas as indicações que temos são de que eles estão preparados para entrar na Ucrânia, atacar a Ucrânia. A minha sensação é que isso acontecerá nos próximos dias”, afirmou Biden.
A Rússia tem classificado as declarações norte-americanas como provocadoras de conflitos. Também na quinta, o país decidiu expulsar Bartle Gorman, vice-embaixador dos EUA.