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Rússia anuncia expulsão de diplomatas dos EUA e faz nova ameaça

No começo do mês, os EUA expulsaram 12 diplomatas russos na ONU e, nesta quarta, acusaram formalmente a Rússia de crimes de guerra

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O presidente russo, Vladimir Putin, convoca reunião do Conselho de Segurança da Rússia no Kremlin. Ele está de lado falando ao microfone - Metrópoles
1 de 1 O presidente russo, Vladimir Putin, convoca reunião do Conselho de Segurança da Rússia no Kremlin. Ele está de lado falando ao microfone - Metrópoles - Foto: Kremlin Press Office/Handout/Anadolu Agency via Getty Images

A Rússia determinou a expulsão de vários diplomatas americanos, em represália a um movimento dos Estados Unidos de retirar funcionários russos da missão permanente da Organização das Nações Unidas (ONU).

A informação foi confirmada pelo Kremlin e divulgada pela agência de notícias russa Interfax, na tarde desta quarta-feira (23/3).

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia entregou a um alto representante da diplomacia americana em Moscou uma lista de diplomatas considerados personae non gratae e informou que eles precisarão deixar o país. A quantidade de nome elencados e a identidade de cada um deles não foram detalhados.

“A parte americana foi avisada, de maneira firme, que qualquer ação hostil dos Estados Unidos contra a Rússia receberá uma resposta decisiva e adequada”, informou o Kremlin.

No começo do mês, Estados Unidos pediram a 12 diplomatas russos da ONU que deixassem o país, devido a suposto envolvimento em “atividades que não estavam de acordo com suas responsabilidades e obrigações como diplomatas”.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Para os norte-americanos, os russos atuavam como “agentes de inteligência, que abusaram de seus privilégios de residência nos Estados Unidos para desenvolverem atividades de espionagem adversas à segurança nacional”.

No mundo diplomático, a medida foi considerada uma grave sanção contra a Rússia. A punição ocorreu após a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Polônia

A Polônia decidiu expulsar de seu território diplomatas suspeitos de serem agentes do Serviço de Inteligência da Rússia.

Segundo o porta-voz polonês Stanislaw Zaryn, alguns estariam trabalhando para os serviços secretos, sob a cobertura e o pretexto de um trabalho diplomático.

A represália ocorre nesta quinta-feira (23/3), às vésperas de o conflito no Leste Europeu completar um mês.

Desde a invasão russa, tropas bombardearam áreas estratégicas e desencadearam crise político-diplomática e humanitária. O ataque aumentou a instabilidade econômica e geopolítica mundial.

Tensão

O Conselho de Segurança da ONU discute a segurança de civis, jornalistas e profissionais de emergência (médicos, enfermeiros e bombeiros) na Ucrânia. Os embaixadores debatem possíveis resoluções contra a Rússia por supostos ataques e agressões contra esses grupos.

Às vésperas de completar um mês, a guerra segue escalada de tensão. Rússia e Ucrânia ainda não chegaram a um acordo para cessar fogo.

Moscou disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sofrerá “consequências terríveis” caso envie missão de paz à zona do conflito. A Ucrânia voltou a pedir mais armas.

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