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Rússia afirma ter interceptado submarino americano próximo à costa

Segundo o governo russo, a embarcação ignorou o aviso para deixar as águas territoriais da Rússia

atualizado

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Ministério da Defesa da Rússia
Um mar é mostrado sob muita névoa e céu turvo, com três navios militares atrás de uma contenção laranja. Eles estão mais distantes - Metrópoles
1 de 1 Um mar é mostrado sob muita névoa e céu turvo, com três navios militares atrás de uma contenção laranja. Eles estão mais distantes - Metrópoles - Foto: Ministério da Defesa da Rússia

O governo russo afirmou que capturou um submarino nuclear americano perto da ilha Urup, arquipélago das Curilas. A informação foi confirmada neste sábado (12/2) pelo Ministério da Defesa da Rússia.

Segundo o governo russo, a embarcação ignorou o aviso para deixar as águas territoriais do país.

“Às 10h40 [horário de Moscou, ou 02h40, no horário de Brasília], foi detectado um submarino de classe Virginia da Marinha dos EUA na área das manobras programadas da Frota do Pacífico, nas águas territoriais da Federação da Rússia, perto da ilha de Urup, no arquipélago das Curilas”, comunicou o governo russo.

O ministério relatou que foi transmitida à tripulação americana uma mensagem no idioma inglês e russo: “Vocês estão em águas territoriais da Rússia. Emerjam imediatamente!”. No entanto, a exigência foi ignorada.

O governo também afirmou que o submarino americano usou um simulador autopropulsado para duplicar o alvo nos radares, antes de abandonar as águas territoriais russas a grande velocidade.

Tensão

Informações da Casa Branca indicam que o governo russo definiu que a invasão da Ucrânia ocorrerá na próxima quarta-feira (16/2). A notícia foi divulgada pelo jornal americano The New York Times neste sábado.

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladmir Putin, vão conversar por telefone neste sábado para tentar evitar possível confronto entre russos e ucranianos. O telefonema estava marcado para segunda-feira (14/2), mas Biden pediu que o diálogo fosse antecipado.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Uma conversa entre Putin e o presidente da França, Emmanuel Macron, também está prevista.

Na sexta-feira (11/2), a rede pública americana PBS News informou que Putin havia decidido pela invasão e já teria comunicado seu veredito às Forças Armadas.

Diplomacia

A Rússia começou a reduzir sua presença diplomática na Ucrânia. Como justificativa, o país alegou ter receio de “provocações” por parte das autoridades de Kiev, capital e centro do poder ucraniano, ou de um “terceiro país”.

“Temendo as possíveis provocações do regime de Kiev, ou de terceiros países, decidimos, de fato, uma certa otimização do pessoal das representações russas na Ucrânia”, disse a porta-voz da diplomacia russa em comunicado divulgado neste sábado, respondendo a jornalistas sobre a redução de sua presença no país vizinho.

Imbróglio

Esse é o momento mais tenso da disputa entre os dois países. O imbróglio teve início com a exigência do governo russo de que o Ocidente não aceite a adesão da Ucrânia ao Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – uma aliança de 30 países liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Retirada de cidadãos

A Otan alertou que a Europa enfrenta um “momento perigoso”, enquanto a Rússia inicia o segundo dia de grandes exercícios militares perto das fronteiras da Ucrânia.

A Casa Branca afirmou que tem informação de que Putin invadirá a Ucrânia antes do fim da Olimpíada de Inverno de Pequim, prevista para terminar em 20 de fevereiro.

Estados Unidos, Japão, Holanda e Coreia do Sul pediram que seus cidadãos deixassem a Ucrânia rapidamente.

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