Rússia acusa Kiev de “produzir” imagens de massacre em Bucha
Procuradora-geral da Ucrânia informou que 410 cadáveres foram encontrados na região de Kiev após retirada de tropas russas
atualizado
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O Ministério da Defesa russo publicou nota neste domingo (3/4) na qual nega ter executado os civis que foram encontrados mortos nas ruas de Bucha, cidade nos arredores da capital Kiev. De acordo com a Rússia, as imagens reproduzidas por jornais ao redor do mundo são “outra produção do regime de Kiev para os meios de comunicação ocidentais”.
Alguns corpos foram encontrados com as mãos amarradas atrás do corpo, o que reforça a hipótese de execução desenfreada. Anatoliy Fedoruk, prefeito da cidade, afirmou à agência de notícias AFP que uma vala comum com cerca de 300 pessoas enterradas foi encontrada. As ruas estão fortemente destruídas e com cadáveres espalhados.
Veja o vídeo:
“Durante o tempo em que esta localidade esteve sob controle das Forças Armadas russas, nenhum morador sofreu ações violentas”, continua o comunicado. “Todos os moradores tiveram a oportunidade de partir livremente para o norte.”
A procuradora-geral da Ucrânia, Irina Venediktova, informou que 410 cadáveres foram encontrados na região de Kiev após a retirada de tropas russas. Os corpos passam por perícias, e 140 deles já foram examinados. Fotógrafos registraram corpos de civis mortos em decomposição em ruas e valas na região de Bucha, próximo a Kiev, onde a prefeitura contabiliza 280 vítimas.
Reação internacional
Os vídeos e fotos das centenas de corpos pelas ruas da região de Kiev estão chamando a atenção do mundo e provocando a manifestação de líderes europeus. Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, defendeu que essas mortes são mais uma prova de que Putin comete crime de guerra.
Olaf Scholz, da Alemanha, defendeu a necessidade de investigação dos crimes do exército russo. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que as imagens dos corpos eram insuportáveis.