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Robôs em escolas substituem alunos que querem estudar de casa no Japão

Iniciativa de conselho educacional de cidade no Japão quer colocar robôs nas salas de aulas de escolas para que alunos estudem de casa

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Robô sentado em pilha de livros e lendo um livro
1 de 1 Robô sentado em pilha de livros e lendo um livro - Foto: iStock /Getty Images Plus

Questões de saúde mental, principalmente as relacionadas ao período pós-pandemia de Covid-19, obrigam o Japão cada vez mais a repensar modelos educacionais. Em 2021, os índices de ausência escolar no país atingiram níveis recordes, segundo o Ministério da Educação japonês.

Na tentativa de manter os alunos estudando, nos casos em que estes não querem ir para as salas de aula, o conselho educacional da cidade de Kumamoto, no sudoeste do país, anunciou planos para implementar robôs em algumas escolas.

O objetivo é possibilitar aos que estudam de casa se sentirem mais integrados, além de diminuir a ansiedade que alguns sentem por estarem isolados.

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A educação usando tecnologia estará cada vez mais comum em todo o planeta
Crianças sentiram medo de voltar às salas de aula depois da pandemia de Covid
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Isolamento social imposto pela pandemia fez com que estudantes perdessem a vontade de ir para as salas de aula

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A educação usando tecnologia estará cada vez mais comum em todo o planeta

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Crianças sentiram medo de voltar às salas de aula depois da pandemia de Covid

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Alunos integrados

Uma reportagem publicada no jornal Mainichi Shimbun, detalhou que os robôs terão cerca de um metro de altura. Equipados com microfones e uma câmera, a estimativa é que eles possibilitem aos alunos uma comunicação bidirecional, para que participem das discussões em sala de forma mais integrada.

Os tablets conectados aos robôs podem ser controlados a partir de laptops nas casas dos alunos, permitindo-lhes assistir às mesmas aulas que os colegas.

As máquinas possuem movimentação autônoma, ou seja, podem se deslocar livremente pelas escolas e até mesmo participar de eventos escolares.

Despesas relacionadas de 1,55 milhão de ienes (pouco mais de R$ 52 mil) foram incluídas no projeto de lei orçamentária suplementar do estado. Os resultados do programa serão avaliados até março do ano que vem.

Aula presencial em queda no Japão

Um número crescente de estudantes ausentes está por trás da decisão do conselho de adotar esta medida. De acordo com o conselho, 2.760 alunos do ensino fundamental e médio de Kumamoto não frequentaram as aulas no ano letivo de 2022, o quarto ano consecutivo de aumentos desde que foram contabilizadas 1.283 faltas no ano letivo de 2018.

A pandemia do novo coronavírus é vista como uma das principais causas para o abandono escolar em todo o Japão, com muitos estudantes sofrendo de más condições mentais ou físicas por causa disso.

Pesquisa recente feita em todo o país mostrou um recorde de 244.940 alunos do ensino fundamental e médio que se recusaram a ir à escola por 30 dias ou mais em 2021, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Educação no ano seguinte.

Crianças com mochilas nas costas caminhando em rua
Crianças sentiram medo de voltar às salas de aula depois da pandemia de Covid

O ministério conduziu a pesquisa visando escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio em todo o país, bem como escolas com necessidades especiais e conselhos de educação locais.

Na pesquisa, 49,7% dos estudantes disseram que se recusaram a ir à escola porque “não tinham vontade de fazer nada” ou “sentiam desconforto”.

Isso porque, ao longo do período mais complicado da pandemia, muitas aulas foram canceladas por conta das ondas de infecções descontroladas; em alguns momentos, as escolas do Japão tiveram que dividir as turmas em grupos menores e fazer aulas presenciais por escala; atividades em grupo foram limitadas… tudo isso fez com que os alunos fossem perdendo cada vez mais rápido a vontade de estar numa sala de aula.

Além das questões que envolvem a pandemia de Covid, outro problema recorrente e que faz muitos alunos desistirem das salas de aula é o bullying.

De acordo com a pesquisa, houve 705 casos “sérios” de bullying em que um aluno intimidado sofreu violência psicológica ou física e acabou forçado a faltar à escola por um longo período. O ministério ressaltou inclusive que o aumento no número de evasões e casos de bullying se deveu à pandemia.

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