O que muda se Robert F. Kennedy Jr. desistir das eleições nos EUA

O candidato independente à presidência dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., fará um pronunciamento nesta sexta-feira (23/8) para definir “o caminho a seguir” na corrida presidencial. A fala está marcada para às 11h (15h no horário de Brasília), em um evento que será transmitido on-line.

Segundo a mídia norte-americana, existe a possibilidade de que o sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy desista da eleição e anuncie apoio a Donald Trump. 

A hipótese começou a ganhar força após uma revelação da vice de Kennedy Jr., que durante um podcast afirmou que o advogado estaria pensando em abandonar a corrida presidencial.

“Existem duas opções que estamos analisando”, disse Nicole Shanahan. “Uma é permanecer, formar esse novo partido, mas corremos o risco de uma presidência de Kamala Harris e Walz, porque atraímos votos de Trump. Ou saímos agora mesmo e unimos forças com Donald Trump. Saímos disso e explicamos à nossa base por que estamos tomando essa decisão”, declarou a companheira de chapa de Kennedy Jr. durante um episódio do Impact Theory, publicado na última terça-feira (20/8).

Pesquisas

Desde o início da corrida presidencial nos EUA, o sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy se manteve atrás dos candidatos do Partido Democrata e do Partido Republicano nas pesquisas realizadas no país. 

Antes da candidatura de Kamala Harris, Kennedy Jr. chegou a alcançar a casa dos dois dígitos nas sondagens, atingindo 10% das intenções de voto.

Contudo, após os democratas definirem a vice-presidente dos EUA como o nome que vai disputar do pleito, os números caíram. Em pesquisas divulgadas desde o início do mês, ele oscilou entre 2% e 7%.

De acordo com a plataforma FiveThyrtdEight, Kennedy Jr. surge na corrida presidencial com 4,7% das intenções de voto, segundo a média de todas as pesquisas divulgadas até o momento.

O que muda?

Analistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam que a possível desistência de Kennedy Jr. não deve ter impactos diretos em votos gerais – ao menos em um primeiro momento.

Antes de Joe Biden desistir da reeleição, levantamentos mostravam o eleitorado dos EUA buscando candidaturas alternativas, como a de Kennedy Jr., como opção contra a polarização entre democratas e republicanos. Contudo, a saída do atual presidente da disputa mudou o cenário.

“Se antes a gente tinha uma grande migração do eleitor do Kennedy Jr. para o Trump e pouco para o Biden, hoje essa situação está praticamente equilibrada, pelo menos na intenção de voto”, explica o analista de política internacional Vito Villar.

Mesmo que a possível desistência do sobrinho de John F. Kennedy não cause grandes impactos, Villar explica que é preciso ficar atento a mudanças no eleitorado de estados que podem mudar o rumo da votação.

“A gente sabe que as eleições dos Estados Unidos não são decididas por 50% mais um como no Brasil. Existe toda uma questão dos delegados, e essas pequenas mudanças tênues pode virar três, quatro votos, em um pequeno distrito americano que faz um candidato à presidência levar o estado inteiro”, afirma.