Risco de nova erupção impede resgate de corpos na Nova Zelândia
Autoridades afirmam que o ambiente na ilha muda constantemente e houve aumento na atividade vulcânica desde o início da manhã de hoje
atualizado
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A Ilha Branca, a cerca de 48 quilômetros da costa da Ilha Norte, da Nova Zelândia, é um lugar extremamente perigoso agora para qualquer tentativa de recuperação de corpos de vítimas da erupção do vulcão Whakaari. Com seis mortes confirmadas, as autoridades seguem mobilizadas para buscar os nove desaparecidos, provavelmente mortos, já que até o momento nenhum sinal de vida foi identificado pelas equipes de investigação e socorro.
Nesta quarta-feira (11/12/2019), o vice-comissário da polícia neozelandesa, John Tims, afirmou que o ambiente na ilha muda constantemente e houve aumento na atividade vulcânica desde o início da manhã. “Estamos prontos para partir assim que pudermos ter certeza de que os riscos na ilha são administráveis”, explicou.
O Instituto de Geociências da Nova Zelândia (GNS) informou que a chance de uma nova erupção é significativa e é muito perigoso retornar à ilha.
Um drone conseguiu realizar quatro sobrevoos próximo da ilha e a análise dessa filmagem está em andamento. Além do trabalho de resgate dos corpos e avaliação da área, as autoridades da Nova Zelândia reúnem esforços para identificar as vítimas quando forem encontradas.
Cinco policiais australianos chegaram hoje à Nova Zelândia em apoio à operação. “Eles têm habilidades especializadas na identificação de vítimas de desastres”, afirmou a polícia.
Queimados correram para a água, gritando
Relatos de sobreviventes à NBC News e a agências de notícias dão a dimensão do horror sofrido pelas 47 pessoas que estavam na ilha. A pressão dentro da cratera vinha aumentando há meses e, subitamente, explodiu em um poderoso jato de água com aproximadamente 300°C.
Além da água, o vulcão Whakaari também disparou pedras do tamanho de bolas de futebol e cinzas. No entanto, a água escaldante foi a mais mortal para as vítimas.
Muitos dos visitantes da ilha estavam no navio de cruzeiros da Royal Caribbean, Ovation of the Seas. Os sobreviventes tiveram queimaduras terríveis e alguns correram para o mar, gritando.
O Ministério da Saúde do país está importando vários metros de pele dos Estados Unidos para atender as demandas por curativos e enxertos nos pacientes.
Sobram dúvidas sobre por que os turistas foram autorizados a entrar na ilha. Há cerca de três semanas, a agência de risco geológico da Nova Zelândia havia elevado o “nível de alerta vulcânico” na área. Investigações civil e de segurança e saúde estão em andamento pelas autoridades.
Nove desaparecidos
A polícia da Nova Zelândia divulgou uma lista provisória com os nomes de nove pessoas desaparecidas após a erupção do vulcão Whakaari. Entre elas estão sete australianos e dois neozelandeses. O número oficial de mortos subiu para seis nessa terça-feira (10/12/2019).
De acordo com John Tims, a lista traz os nomes de pessoas que não estão no hospital e nem na lista de sobreviventes. “Essas pessoas são listadas oficialmente como desaparecidas. Esta não é uma lista completa dos desaparecidos, pois não conseguimos falar com todos os parentes envolvidos”, explicou.
Ainda segundo ele, há uma lista definitiva de pessoas no hospital cujos nomes não foram divulgados devido a razões de privacidade.
Os sobreviventes sofreram queimaduras graves e as autoridades da Nova Zelândia disseram que encomendaram vários metros de pele dos EUA para ajudar a tratar as feridas dos pacientes.
Veja os nomes dos desaparecidos:
Gavin Dallow (Austrália)
Jessica Richards (Austrália)
Krystal Browitt (Austrália)
Richard Elzer (Austrália)
Zoe Hosking (Austrália)
Karla Matthews (Austrália)
Julie Richards (Austrália)
Tipene Maangi (Nova Zelândia)
Hayden Inman (Nova Zelândia)