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Risco de guerra e quebra econômica espalham pânico pelo mundo. Entenda

Enorme tensão nos mercados, no Oriente Médio e em Bangladesh marcam início da semana no cenário internacional

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Painel de cotação de ações da B3 em SP
1 de 1 Painel de cotação de ações da B3 em SP - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O planeta começou a semana em clima de enorme tensão por causa dos mercados de ações e do risco de uma guerra em grande escala no Oriente Médio, além de crises em países como Venezuela, na América do Sul, e Bangladesh, na Ásia. Após uma segunda-feira (5/8) de enorme nervosismo, esta terça (6/8) deve começar a indicar se os temores foram exagerados ou justificados.

Na economia global, as dúvidas são em relação à duração e ao tamanho da crise de confiança iniciada pela divulgação de indicadores econômicos dos Estados Unidos no fim da semana passada. A notícia de que a maior economia do globo desacelerou mais do que o esperado e que pode até entrar em recessão causou um efeito dominó nas bolsas de valores mundo afora.

O Japão, por exemplo, registrou o maior tombo desde 1987, com a Bolsa de Tóquio caindo 12,4% na segunda-feira. Em Wall Street, o índice S&P 500 caiu 3%, o pior dia desde setembro de 2022.

O Brasil não ficou de fora da tensão econômica mundial. O dólar subiu forte em relação ao real e chegou a valer R$ 5,86 na abertura do mercado de segunda, antes de recuar um pouco diante do entendimento dos operadores de que a reação dos mercados poderia estar sendo exagerada. A moeda norte-americana fechou a segunda em alta de 0,56%, a R$ 5,74. Foi o maior valor no fechamento desde março de 2021.

Nos EUA, a economia também tomou o noticiário e contaminou até a campanha política. Ex-presidente e candidato desafiante, Donald Trump está usando a situação para atacar seus adversários democratas na Casa Branca. “Os mercados de ações estão em colapso, os números do emprego são terríveis, estamos a caminhar para a Terceira Guerra Mundial e temos dois dos ‘líderes’ mais incompetentes da história”, disse, referindo-se a Joe Biden e Kamala Harris.

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Palestinos observam a destruição causada pelos ataques do exército israelense às tendas de deslocados que vivem perto dos armazéns da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados Palestinos (UNRWA) em Rafah
Nicolás Maduro após votar no domingo (28/7)
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Bombardeio israelense no Líbano

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Palestinos observam a destruição causada pelos ataques do exército israelense às tendas de deslocados que vivem perto dos armazéns da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados Palestinos (UNRWA) em Rafah

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Nicolás Maduro após votar no domingo (28/7)

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Terceira Guerra Mundial?

Em sua provocação a Biden e Kamala Harris, Trump faz referência ao aumento das tensões militares no mundo, especialmente no Oriente Médio, onde a cada momento parece estar mais próxima uma guerra de grandes proporções envolvendo Israel (e, portanto, os EUA), Irã e Líbano.

A “panela” ganhou pressão na região desde as notícias das mortes de líderes importantes do Hamas e do Hezbollah em ações militares de Israel dentro do território de países vizinhos. Na segunda, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, apelou a “todas as partes” para “desescalar urgentemente o que se tornou uma situação muito precária”.

Diante do risco de bombardeios, países como Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e França já emitiram comunicados urgentes, pedindo a seus cidadãos que deixem o Líbano imediatamente.

Mais tensão pelo mundo

Para além de guerras que já foram “normalizadas” pela comunidade internacional, como a da Rússia contra a Ucrânia, mais focos de conflito estão pipocando. Em Bangladesh, por exemplo, a primeira-ministra Sheikh Hasina renunciou e fugiu do país na segunda, enquanto uma multidão invadia a residência oficial e militares tomavam o poder.

Do outro lado do mundo, na Venezuela, a crise política se perpetua à medida que nem o presidente Nicolás Maduro nem a oposição abrem mão de lutar pela vitória em uma eleição que teima em não acabar. Enquanto Maduro tenta ganhar tempo acusando o TikTok e o Instagram pela desestabilização política de seu país, os opositores resolveram se “autoproclamar” líderes eleitos da Venezuela.

Enquanto isso, o Brasil segue tentando administrar a crise no país vizinho. Em visita ao Chile, o presidendete Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, na segunda-feira, a “transparência dos resultados” da eleição na Venezuela. A defesa foi feita durante discurso após reunião com o presidente do Chile, Gabriel Boric, no Palacio de la Moneda, sede do governo chileno, como noticiou o enviado especial do Metrópoles a Santiago.

Ao fazer um relato sobre seu encontro com Boric, o petista contou ter exposto ao líder chileno iniciativas empreendidas por ele junto aos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, López Obrador, em “relação ao processo político na Venezuela”.

Lula afirmou que o respeito pela tolerância e pela soberania popular “é o que nos move a defender a transparência dos resultados”. O petista ressaltou ainda que o “compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”.

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