Reunião para negociar cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia é adiada
Encontro ocorreria nesta quarta-feira (2/3). A primeira tentativa para um acordo fracassou e ainda não há data para nova rodada de conversa
atualizado
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A reunião entre representantes da Ucrânia e da Rússia, até então marcada para esta quarta-feira (2/3), com o objetivo de chegar a um acordo de cessar-fogo nos confrontos do Leste Europeu, acabou adiada. Esta seria a segunda vez que os dois países se sentariam à mesa de negociação. A primeira reunião fracassou. Ainda não foi divulgada data para nova conversa.
O adiamento ocorreu momentos depois da reunião emergencial em que a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu aprovar resolução contra a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin, pela invasão e pelos bombardeios na Ucrânia. Dos 193 países, 141 votaram a favor, cinco contra e 35 se abstiveram. Eram necessários dois terços para a aprovação.
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, informou que representantes do Kremlin demonstraram prontidão para uma nova reunião. As informações foram divulgadas pela agência de notícias russa Tass. O governo ucraniano, de acordo com a agência Belta, de Belarus, também confirmou a presença de negociadores.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem reafirmado que é necessário interromper os bombardeios para iniciar qualquer tipo de tratativa. Na terça-feira (1º/3), em pronunciamento gravado, ele voltou a defender a tese.
Segundo Zelensky, se os bombardeios continuarem no mesmo ritmo, a guerra ganhará “larga escala”. “Os bombardeios precisam parar. Precisamos de um cessar-fogo completo para sentar à mesa”, declarou. Agora, a negociação ocorre na fronteira da Polônia, país considerado neutro no conflito.
Na segunda-feira (28/2), delegações da Rússia e da Ucrânia encontraram-se para a primeira rodada em Belarus, perto da fronteira com a Ucrânia. O país comandado pelo ditador Alexander Lukashenko também é acusado de participar da guerra. A Ucrânia classificou a negociação como “difícil”. Já são sete dias de guerra.
O ensaio ocorre em meio à aproximação de um comboio de centenas de tanques que está indo em direção a Kiev. Juntos, os veículos de guerra se estendem por 64 quilômetros. Na segunda-feira, a fila era de 27 quilômetros.
O megacomboio é formado por tanques, peças de artilharia, veículos de transporte, contêineres com armas e outros equipamentos de logística militar. O grupo está ao redor do aeroporto de Antonov, distante 25 quilômetros do centro de Kiev.
Apesar de não terem tomado efetivamente o poder de nenhuma província ucraniana, as tropas russas já cercam ao menos nove cidades do país. Além da capital Kiev, coração do poder ucraniano, Kharkiv, Mariupol, Berdyansk, Kherson, Chernihiv, Odessa, Lutsk e Liviv têm militares russos.
A comunidade internacional — Estados Unidos, União Europeia, Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) — tem acompanhado as tentativas de acordo. A ideia é firmar um acordo político-diplomático.
O prisma do Russo
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, condenou o Ocidente e a Europa por interferirem nos ataques contra a Ucrânia. Em pronunciamento transmitido ao vivo, Lavrov defendeu o que chamou de “direito de interesses” dos países.