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Os ataques no Daguestão, no Cáucaso russo, ocorridos no domingo (23/6), deixaram pelo menos 19 mortos, incluindo quatro civis. O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (24/6) pelo Comitê de Investigação russo. As autoridades da região do Daguestão decretaram três dias de luto após as operações “terroristas” que atingiram igrejas ortodoxas, uma sinagoga e uma delegacia de polícia, e ainda não reivindicadas.
De acordo com dados preliminares, 15 policiais foram mortos, além de quatro civis, incluindo um padre ortodoxo, segundo um comunicado divulgado pela polícia e informações da agência oficial russa Interfax.
“Este é um dia trágico para o Daguestão e para todo o país”, disse Sergei Melikov, governador da região que faz fronteira com a Chechênia, no norte do Cáucaso, em vídeo publicado na manhã desta segunda-feira (24/6), no Telegram.
Melikov visitou a sinagoga em Derbent. Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o governador andando dentro do prédio, com vestígios de sangue ainda visíveis no chão. “Sabemos quem está por trás desses ataques terroristas e qual objetivo eles estão perseguindo”, disse Melikov em outro vídeo, em alusão ao conflito na Ucrânia. “Temos de entender que a guerra está chegando às nossas casas também”, afirmou.
Ainda não está claro se todos os agressores foram mortos na operação e não foram divulgadas informações sobre os motivos ou a identidade dos terroristas. O Comitê de Investigação Russo abriu um inquérito por “atos terroristas”. O rabino-chefe da Rússia, Berl Lazar, denunciou um “crime desprezível”.
Confrontos com jihadistas
O Daguestão é uma região russa de maioria muçulmana, na divisa com a Chechênia, onde ocorreram diversos confrontos armados com jihadistas nos anos 2000, assim como em uma grande parte do Cáucaso. A revolta islâmica foi reprimida pelas forças russas após longos anos de combates. O movimento surgiu no primeiro conflito contra a Chechênia separatista, em 1994-1996.
A série de ataques descritos como “terroristas” pelas autoridades russas ocorre três meses depois do atentado reivindicado pela organização jihadista Estado Islâmico (EI) contra a casa de shows Crocus City Hall, no subúrbio de Moscou, que matou mais de 140 pessoas. Quase 4,5 mil russos, incluindo do Cáucaso, lutaram ao lado do EI no Iraque e na Síria, de acordo com dados oficiais.
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